PF conclui inquérito sobre espionagem na Abin e pede indiciamento de Bolsonaro, Carlos e Ramagem
Investigação teve início em março de 2023, após a revelação do uso do software espião FirstMile
A Polícia Federal concluiu o inquérito que apurava um esquema de espionagem ilegal supostamente operado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No relatório final, a corporação solicita o indiciamento de 35 pessoas, incluindo o próprio ex-presidente, seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, e o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.
A apuração também atingiu integrantes da atual gestão da agência, entre eles Luiz Fernando Corrêa, atual diretor e delegado da PF, que foi apontado por suposta obstrução de Justiça.
De acordo com a investigação, Ramagem foi o responsável por estruturar o sistema clandestino de monitoramento, voltado a vigiar pessoas consideradas adversárias do governo Bolsonaro. Entre os alvos estavam políticos, jornalistas, advogados e outras figuras públicas. Segundo a PF, Carlos Bolsonaro teria comandado o chamado "gabinete do ódio", que utilizava as informações obtidas ilegalmente para promover ataques em redes sociais.
O relatório indica ainda que Jair Bolsonaro tinha conhecimento do esquema e teria se beneficiado diretamente das informações coletadas.
A investigação teve início em março de 2023, após a revelação do uso do software espião FirstMile, desenvolvido por uma empresa israelense. O sistema permite rastrear a localização de pessoas por meio da triangulação de sinais de celulares, funcionalidade que, segundo a PF, foi utilizada sem autorização judicial.



