Ministério Público renova orientação sobre medidas de prevenção a casos de febre oropouche na PB
Paraíba registrou 645 casos de febre oropouche; Bananeiras lidera com 434 notificações
O Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do Centro de Apoio Operacional (CAO) da Saúde, emitiu uma nova orientação aos promotores de Justiça que atuam na área da saúde sobre o avanço da febre oropouche no estado. A medida foi tomada após a Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgar, nesta quarta-feira (05), o boletim de arboviroses de 2025, que confirma 645 casos da doença na Paraíba.
O município de Bananeiras concentra o maior número de registros, com 434 casos confirmados. Também foram notificados casos em Matinhas (37), Alagoa Nova (37), Lagoa Seca (29), Campina Grande (26), Massaranduba (19), Alagoa Grande (18), João Pessoa (14), Areia (7), Solânea (7), Borborema (5), Pilões (4), Esperança (3), além de Alagoinha, Duas Estradas, Guarabira, São Sebastião de Lagoa de Roça e Soledade, todos com 1 caso cada.
De acordo com a nota técnica do CAO Saúde, a febre oropouche é uma doença causada por um vírus transmitido por insetos, principalmente pelo maruim, um tipo de mosquito. Os sintomas são semelhantes aos da dengue, como febre de início súbito, dor de cabeça (cefaleia), dor muscular (mialgia) e dor nas articulações (artralgia). Também podem ocorrer tontura, dor nos olhos (retro-ocular), calafrios, sensibilidade à luz (fotofobia), náuseas e vômitos.
A coordenadora do CAO Saúde, promotora Fabiana Lobo, destacou que a febre oropouche integra a lista de doenças de notificação compulsória, com notificação imediata, devido ao seu potencial epidêmico e alta capacidade de mutação.
Recomendações aos municípios
O documento enviado pelo CAO aos promotores contém uma minuta de recomendação, baseada nas diretrizes da SES, que orienta os municípios a adotarem uma série de medidas para conter o avanço da doença. Entre as ações estão:
- Intensificação das atividades integradas entre setores como Infraestrutura, Limpeza Urbana, Educação, Comunicação e Meio Ambiente;
- Sensibilização da população sobre a importância do autocuidado e eliminação de criadouros do mosquito transmissor;
- Atenção redobrada dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), especialmente nas residências de gestantes, para monitorar possíveis sintomas;
- Vigilância contínua, com notificação de casos suspeitos, investigação e acompanhamento;
- Coleta de material biológico para confirmação laboratorial, seguindo os protocolos específicos;
- Integração dos agentes de saúde no combate aos criadouros e na identificação de casos suspeitos;
- Distribuição de larvicidas e inseticidas para controle vetorial.
O Ministério Público reforçou que o cumprimento dessas recomendações é fundamental para conter a propagação da febre oropouche no estado e proteger a saúde pública.



