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Saúde emocional

Comportamento obsessivo disfarçado de afeto é sinal de alerta, diz especialista

Especialista explica como identificar sinais de perseguição e destaca importância da reciprocidade nas relações

Por Redação T5 Publicado em
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Atitudes tidas como gentis podem ultrapassar limites e sinalizar comportamentos de stalkers

O comportamento obsessivo, muitas vezes confundido com demonstrações de afeto, pode esconder uma dinâmica de controle, perseguição e risco emocional, segundo alerta a psicóloga Adriana Nóbrega. Em entrevista sobre saúde emocional e comportamento tóxico na TV Tambaú, ela explicou como algumas atitudes tidas como gentis, como presentear sem motivo ou buscar a pessoa no trabalho com frequência, podem ultrapassar os limites e sinalizar comportamentos de stalkers.

“É um comportamento de perseguição obsessiva, uma compulsão que já foi muito retratada na ficção, mas hoje está presente na vida real, inclusive no ambiente virtual”, afirmou Adriana. Ela destaca que o monitoramento constante pelas redes sociais se tornou uma das formas mais comuns de vigilância não consentida.

Segundo a especialista, é fundamental avaliar a reciprocidade da relação. “Se está me incomodando, não é saudável. Mesmo atitudes veladas como atenção, carinho e presentes podem, na verdade, ser uma forma de controle quando não há consentimento ou retorno emocional.”

Casos de pessoas que insistem em visitar o local de trabalho de outra mesmo após um “não” claro, por exemplo, podem configurar violação de limites e perseguição, alerta a psicóloga. Ela lembra que, desde 2021, a prática de stalking é crime no Brasil, conforme previsto na Lei 14.132/2021. “A informação é o principal recurso para que as vítimas reconheçam o perigo e busquem proteção”, disse.

A psicóloga também alerta para o risco de superexposição em tempo real nas redes sociais. “É recomendável não divulgar onde você está naquele exato momento. Isso pode atrair pessoas que já demonstraram comportamento insistente e perigoso”, orienta.

Ela destaca que, apesar da maioria dos casos envolverem mulheres como vítimas em relacionamentos afetivos, o comportamento obsessivo pode ocorrer em diferentes contextos sociais e profissionais. “Profissões como as de jornalistas, psicólogos, médicos e artistas estão entre as mais vulneráveis”, afirma.

Adriana reforça também a importância de estar atento aos sinais sutis de desconforto emocional. “Se algo que era bom começou a te incomodar, isso é um sinal de alerta. Todo relacionamento saudável exige reciprocidade, respeito e liberdade.”



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