Excesso de tecnologia afeta memória e dificulta o aprendizado
Especialistas alertam para impactos do uso constante de dispositivos na saúde mental e no desempenho cognitivo
Buscar no Google o nome de um filme, salvar datas importantes no celular ou depender da nuvem para armazenar arquivos são práticas cada vez mais comuns. Essas ações, embora práticas, fazem parte de um fenômeno chamado amnésia digital que é quando o cérebro "desliga" a memória ao perceber que aquela informação poderá ser facilmente acessada depois.
O uso constante da tecnologia e o volume crescente de dados podem provocar fadiga cognitiva, prejudicando a atenção, o raciocínio, o aprendizado e a memória. O problema preocupa especialmente entre jovens e profissionais que dependem diariamente de dispositivos eletrônicos.
De acordo com Eudes Nascimento, professor do curso de Psicologia do UNINASSAU João Pessoa, a amnésia digital é resultado do estilo de vida acelerado e da forma como as pessoas interagem com a tecnologia. “A memória de trabalho, essencial para tomar decisões e raciocinar, está sendo enfraquecida. Estamos terceirizando funções cognitivas básicas para celulares e computadores”, explica.
O professor destaca que, apesar da tecnologia facilitar a rotina, o uso sem critério pode afetar o desenvolvimento mental. “É preciso estabelecer limites e criar formas de estimular o cérebro. Ler com mais frequência, anotar informações à mão e reduzir o número de notificações são ações simples que ajudam na retenção de conteúdo”, orienta.
