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Advogado denuncia prisões indevidas durante operação que investigou fraudes no DETRAN-PB

Investigações indicam que o esquema envolvia ex-servidores do DETRAN, agentes públicos, hackers e despachantes

Por Redação T5 Publicado em
Prisao Detran
Advogado denuncia prisões indevidas durante operação que investigou fraudes no DETRAN-PB (Foto: Ramon Araújo)

O advogado Luiz Pereira, representante de dois suspeitos presos durante a Operação Reset, criticou a condução das investigações e afirmou que houve prisões indevidas. Segundo ele, um dos seus clientes se apresentou espontaneamente para prestar esclarecimentos, mas teve o depoimento negado.

“Fomos surpreendidos com essa operação pela manhã. Eu, particularmente, porque um dos investigados é meu amigo. Não tenho apenas uma relação de cliente, mas também de amizade. Nos apresentamos na delegacia, para ele prestar os esclarecimentos, mas por lá, foi negado. Disseram: " não, a gente não quer lhe ouvir, afirmou.

O advogado também relatou supostas falhas na investigação, alegando que agentes da polícia teriam reconhecido a prisão errada de um dos envolvidos. “Um agente disse para o outro: 'Prendemos a pessoa errada'. Como pode uma investigação desse porte, com essa exposição midiática, cometer esse tipo de erro?

Governador comenta investigação

O governador João Azevêdo também se pronunciou sobre o caso, destacando que a investigação partiu de uma auditoria interna do DETRAN-PB. Ele afirmou que o esquema criminoso foi identificado graças a um trabalho de monitoramento do sistema e elogiou o trabalho das forças de segurança envolvidas na operação.

A Operação Reset foi deflagrada pela Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), em parceria com o DETRAN-PB. A investigação revelou que uma organização criminosa atuava no cancelamento fraudulento de multas de trânsito, utilizando credenciais lícitas para inserir informações falsas no sistema.

A operação contou com o apoio de várias unidades especializadas, incluindo a UNINTELPOL, DESARME, GOE, GOC e a Delegacia de Crimes Cibernéticos (DECC). Foram expedidos sete mandados de prisão e onze de busca e apreensão. Até o momento, quatro pessoas foram presas em João Pessoa e Santa Rita.

As investigações indicam que o esquema envolvia ex-servidores do DETRAN, agentes públicos, hackers e despachantes, organizados em quatro núcleos distintos: administrativo, operacional, técnico e financeiro. O grupo utilizava números reais de processos administrativos para mascarar os cancelamentos fraudulentos e arrecadava dinheiro de motoristas interessados na remoção das multas.

As autoridades estimam que milhares de infrações foram canceladas apenas em 2024, gerando um prejuízo de milhões de reais aos cofres públicos. O DETRAN-PB anunciou medidas para reforçar a segurança do sistema e evitar novas fraude



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