Como identificar o "café fake" e evitar enganos na hora da compra
Produtos se destacam pela embalagem que imita a do café tradicional, mas apresentam um preço bem mais baixo
Nos últimos meses, um tipo de café adulterado, conhecido como “café fake”, tem ganhado destaque no mercado devido ao seu preço muito baixo. Em novembro de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu um alerta informando que sete marcas e lotes de café torrado são impróprios para consumo. As marcas envolvidas são Conquista, Cooperbac, Fino Sabor Superior, Rio Preto, Pedrosa, Caseiro Mineiro e Café Pioneiro.
O que é o "Café Fake"?
Popularmente conhecido como “café fake”, esse produto é composto por uma mistura de grãos de café com outros elementos que comprometem a sua qualidade. Cascas, folhas e até mesmo terra foram identificados em alguns lotes de café adulterado, conforme levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Embora muitos consumidores saibam da baixa qualidade do produto, o preço muito mais barato tem levado parte da população a optar por essa alternativa, principalmente em tempos de inflação elevada, onde o preço do café tradicional aumentou quase 50% no último ano.
De acordo com Pavel Cardoso, presidente da Abic, o "café fake" é uma fraude e está fora dos preceitos do Código do Café, norma que certifica a qualidade do produto no Brasil. A comercialização desse tipo de café não segue as normas de segurança e qualidade estabelecidas, colocando em risco a saúde dos consumidores. A ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) e diversas associações estaduais de mercados já receberam alertas, reforçando a necessidade de fiscalização rigorosa para evitar a circulação desses produtos.
Como identificar o "Café Fake"?
Para evitar o consumo de produtos adulterados, é essencial que os consumidores fiquem atentos a alguns sinais, como:
- Leitura cuidadosa do rótulo: Produtos com descrições como “bebida sabor café” ou “mistura para café” indicam que o produto não é feito exclusivamente de grãos de café.
- Selo ABIC: A ABIC certifica apenas cafés de qualidade, e a ausência desse selo é um forte indicativo de que o produto pode estar adulterado.
- Coloração e aspecto do pó: O café com aspecto escuro e oleoso pode ter sido submetido a uma torra carbonizada, o que compromete sua qualidade.
- Preço muito baixo: Se o café custa muito abaixo da média de mercado, é provável que ele contenha impurezas ou seja uma versão adulterada.
Nas prateleiras dos supermercados, o “café fake” é comercializado com embalagens que imitam as dos cafés tradicionais, mas com preços significativamente mais baixos. Um quilo do produto pode ser encontrado por R$ 32, metade do valor do café genuíno. Pavel Cardoso, presidente da Abic, destaca que esses produtos estão tentando enganar os consumidores ao associar-se à recente valorização do café devido a fatores como crises climáticas e aumento na demanda global.
O café brasileiro, reconhecido mundialmente pela sua qualidade, segue normas rigorosas de classificação, levando em consideração defeitos dos grãos, sabor, doçura e acidez. Ao consumir produtos que não atendem a esses padrões, o consumidor não só se expõe a riscos à saúde, mas também à perda da experiência de saborear um café legítimo.
Em um cenário de crescente conscientização sobre a qualidade dos produtos alimentícios, o alerta da ABIC reforça a importância da vigilância do consumidor, que deve estar atento a cada detalhe nas prateleiras, para garantir que o que está consumindo seja, de fato, um produto de qualidade.



