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Sexo em público: pontos turísticos da PB viram palco de criadores de conteúdo adulto

Ação pode configurar crime de ato obsceno, com pena prevista de 3 meses a um ano de detenção ou multa

Por Carlos Rocha Publicado em
Sexo explícito: pontos turísticos da PB viram alvo de criadores de conteúdo adulto
Sexo explícito: pontos turísticos da PB viram alvo de criadores de conteúdo adulto (Foto: Reprodução/ Twitter)

A Paraíba é o destino de muitos turistas do Brasil e do mundo para quem busca um ambiente paradisíaco para desfrutar. São belas praias, trilhas, rotas culturais, monumentos e a possibilidade de um contato direto com a natureza. Mas, nos últimos anos, os pontos turísticos do estado, principalmente da Grande João Pessoa, têm atraído produtores de conteúdo adulto.

Recentemente, a produção de conteúdo adulto para comercialização nas plataformas digitais ganhou força e tem gerado receita para os influenciadores mais desinibidos. Já são vários os sites que possibilitam a venda dos chamados pacotes de conteúdo, que são vídeos e fotos desde as imagens sensuais até o sexo explícito. Para ter acesso, o usuário compra um pacote ou faz uma assinatura. Parte do dinheiro é destinada à plataforma e outra parte ao criador de conteúdo.

Para não produzir "mais do mesmo" e atrair cada vez mais compradores e assinantes de seus conteúdos, os influenciadores +18 procuram ousar. Uma dos caminhos é a realização de fetiches, entre eles, o sexo em locais públicos. Essa modalidade de sexo pode ser denominada de dogging ou cruising.

O dogging é o sexo consentido, em locais públicos, e geralmente com plateia. Em que outras pessoas, além do casal, podem ser chamadas não só a ver, mas a participar. A prática surgiu na Inglaterra, nos anos 1970, impulsionada por quem desejava ter sexo com desconhecidos. Já o cruising, expessão mais voltada ao público homossexual, é quando homens sozinhos buscam um ou mais desconhecidos para o flerte ou até mesmo sexo, geralmente e um local público.

Farol do Cabo Branco, em João Pessoa. (Foto: Arquivo/PMJP)

São justamente essas duas práticas sexuais que alguns influenciadores do ramo produziram em pontos turísticos paraibanos, como praia do Seixas, Farol do Cabo Branco, Parque Linear, Praça da Paz e praia de Tambaba. Mas o que diz a legislação brasileira acerca da prática sexual em locais públicos?

De acordo com o Código Penal Brasileiro, praticar sexo em público é crime. Ele se enquadra no Artigo 233 que se refere à pratica de ato obsceno. A pena prevista para este tipo de crime varia de três meses a um ano de prisão ou multa. O crime é registrado como contravenção penal. Ato obsceno se refere à pratica de ações que tenham cunho sexual e ofendem a moral da sociedade.

A advogada Fabiana Santana, especialista em direito da família e da mulher, explica que o ato obsceno tem a coletividade como vítima. “As leis contra o ato obsceno protege o ultraje público ao pudor. Não vamos ter vítimas individuais, vamos ter a sociedade ou parcela dela como vítima. Esse crime acontece quando há a prática de um ato de cunho sexual em um local público".

"No ato obsceno basta que ocorra uma conotação sexual, ou seja, é uma atitude que sugere o sexo. Não precisa necessariamente haver intenção de ofender, mas apenas o dolo, a vontade consciente de praticar o ato. Também vale mencionar que não configura ato obsceno os casos de comunicação de palavra obscena ou escrito obsceno", completou.

A especialista deu outros exemplos que podem configurar ato obsceno: tirar a roupa no meio da rua, urinar em local público ou expor o as partes íntimas dentro de um ônibus.

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