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"medo e ansiedade"

Sírio que vive na Paraíba fala sobre saudades e agonia da família após terremoto

Portal T5 conversou com Ali Mousa, refugiado da guerra que vive em João Pessoa

Por Juliana Alves Publicado em
Ali Mousa relata situação da mãe e familiares, que moram na Síria
Ali Mousa relata situação da mãe e familiares, que moram na Síria (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Longe da Síria há pelo menos cinco anos, Ali Mousa, 37 anos, recebe notícias da família por aplicativo de mensagens no celular. Nascido no país localizado no Oriente Médio, ele chegou a João Pessoa, na Paraíba, fugindo da guerra civil e com a esperança de melhores condições de vida - e tem conseguido, na medida do possível. Nesta semana, Ali foi surpreendido com a notícia de um terremoto desvastador no país de origem. Distante da mãe, irmão e sobrinhos, o sentimento era de medo.

"Quando vi notícias sobre o terremoto, liguei para eles imediatamente. Falei com minha mãe pelo WhatsApp. Foi um terremoto forte. Ela estava muito preocupada, assustada e com medo que isso acontecesse novamente”, contou o sírio em conversa com o Portal T5.

A família de Ali mora em Al-Qamishli, uma cidade que faz fronteira com a Turquia, também atingida pelos tremores de terra. A região não foi o epicentro do terremoto e, por isso, os danos foram menores. “No entanto, tremores secundários atingiram a cidade da minha família devido à força do terremoto”, relatou.

Mesmo preocupado com a situação que os familiares vivem no país, Ali se conforta por saber que eles estão bem, e com saúde.

Graduado em Agricultura, o sírio vive como entregador em João Pessoa. Assim como muitos refugiados, a rotina é de muito trabalho fora da área de formação. Mas, apesar das dificuldades, os dias na Paraíba têm sido melhores do que na Síria. Isso porque desde cedo Ali conhece as feridas da Guerra Civil e as marcas deixadas pelo conflito.

Eu morei lá e sei como é. Não há água e eletricidade. E tudo é caro e difícil de encontrar. Isso faz parte do sofrimento, não só da minha família.

Desastre

O terremoto de magnitude 7,8 atingiu a Síria e a Turquia. O tremor na região, que aconteceu nesta segunda-feira (6), foi o mais forte desde 1939. De acordo com dados oficiais, o número de mortos ultrapassa 21 mil.

Em visita às áreas impactadas nesta semana, o presidente turco, Tayyip Erdogan, declarou que as equipes de resgate estão trabalhando e que as autoridades estão organizando abrigos para os sobreviventes.

Na Síria, os caminhões com ajuda humanitária encontram dificuldade. De acordo com o coordenador residente da Organização das Nações Unidas (ONU), El-Mostafa Benlamlih, as estradas que levam foram danificadas.

Organizações humanitárias atuam na região e aceitam contribuição. Veja como doar pela internet, utilizando cartão de crédito internacional:

Associação do Crescente Vermelho da Turquia (Cruz Vermelha) - (em turco e inglês);

Save The Children (Síria e Turquia) -  (inglês);

Capacetes Brancos - (espanhol, inglês, francês, alemão).

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