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Doulas defendem parto humanizado e enfrentam a violência obstétrica

Profissionais têm papel de oferecer suporte emocional e informativo durante a gestação.

Por Edcesar Oliveira Publicado em
Violencia obstetrica foto agencia fiocruz
(Foto: Divulgação / Agência Fiocruz)

A prisão do médico anestesista acusado por estupro de uma paciente durante o parto provoca a discussão sobre a violência obstétrica. O parto é um momento único na vida de uma mulher e da família da criança, por isso, é preciso apoio. Esse ato pode ser oferecido pelas doulas, profissionais que têm papel de oferecer suporte emocional, físico e informativo para procedimentos normais ou cesáreas.

Apesar da necessidade de acolhimento, os casos de violência durante o parto não são incomuns, como alertou a doula e enfermeira, Thaís Medeiros, em entrevista ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan João Pessoa. “Uma em cada quatro mulheres é vítima de algum tipo de violência obstétrica, essa mulher do caso noticiado foi vítima não apenas de uma violência obstétrica, mas de uma violência sexual. Infelizmente elas são mais comuns do que a população imagina”. (Ouça a entrevista completa no fim da matéria)

A profissional de saúde lamentou a impunidade por conta da dificuldade de reunir provas contra os agressores. “Na maioria dos casos os crimes ficam impunes. A gente sabe que a palavra da mulher tem menor valor que a palavra de um homem, ainda mais se ele ocupa uma profissão, um cargo de prestígio, como é o de um médico”, afirmou a doula.

A violência obstétrica ainda pode ser caracterizada por uma série de ações. No momento de dar à luz, por exemplo, a insistência para ela fazer força quando não consegue. “A mulher pode ter seu corpo agredido através de mutilações, através de práticas e intervenções não necessárias pela organização mundial da saúde. Suas vontades tem que ser asseguradas durante a gestação e o parto”, completou.

Parto seguro na Paraíba

No estado, duas leis garantem às mulheres o direito ao procedimento seguro. É garantido o direito da presença de doulas durante o pré-natal, trabalho de parto, parto e pós-parto das mulheres nas maternidades da rede pública e privada.

Em João Pessoa, doulas são treinadas Secretaria Municipal de Saúde para suporte às mulheres durante o parto no Instituto Cândida Vargas, no bairro de Jaguaribe, mas o serviço está suspenso por conta da pandemia da Covid-19.

As gestantes ainda têm garantia ao atendimento humanizado em situação de abortamento de acordo com a lei estadual de número 11.412, de 2019.

O governo do estado dispõe também de uma cartilha completa com instruções às grávidas e aos seus direitos. Veja aqui.

Confira a entrevista completa em áudio:

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