Paraíba realiza primeiro transplante de coração em hospital público
Transplante aconteceu neste sábado (26), no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires
Pela primeira vez na história da Saúde da Paraíba, uma instituição pública de saúde realizou transplante cardíaco. O fato ocorreu neste sábado (26), no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade de saúde gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão a Saúde – PB Saúde. O paciente beneficiado foi um homem de 60 anos, paraibano, que recebeu um novo coração de um jovem de 20 anos. A captação do órgão foi realizada no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande.
Na sala de espera do Centro Cirúrgico do Hospital Metropolitano, estava dona Suely Pereira, regada de orações e confiante de que tudo ocorreria bem. “Somos acompanhados pela equipe do Metropolitano desde o ano passado. Chegar aqui mudou a nossa vida. A esperança nos alcançou. Morávamos em São Paulo e lá ele não recebeu o tratamento que aqui tivemos. Hoje eu choro com toda equipe que dizia que esse dia chegaria. Não temos palavras para agradecer aos gestores, e todos que cruzaram o nosso caminho”, contou emocionada.
O transplante durou mais de seis horas e transcorreu sem intercorrências, como explicou o cirurgião cardiovascular, Antônio Pedrosa. “Assim que implantamos o órgão, ele já começou os primeiros batimentos. Tudo ocorreu muito bem, a cirurgia foi um sucesso, realizada por uma equipe altamente capacitada, e com a disposição de todo aparato técnico preciso para o procedimento”, contou.
O diretor superintendente da Fundação PB Saúde, Daniel Beltrammi, declarou que o acontecimento marca a história da saúde da Paraíba. “Hoje a gente abre as portas para o futuro do transplante cardíaco do estado. Para que quando a família de um doador diga sim, nós possamos prontamente fazer a vida continuar para outro que mais precisa. Estamos celebrando este grande marco para a saúde”, ressaltou.
De Campina Grande, local de captação do órgão, a mãe doadora, Gorete Fernandes Viana, declarou que a doação fará sentir a perpetuidade do filho. “Sei que onde o coração dele estiver batendo, eu tenho a certeza de que eu vou sentir. Essa era uma vontade dele, e eu estou feliz por isso”, disse ela emocionada.
“É o sim da família que faz com que tudo isso aconteça”, ressaltou o diretor do Metropolitano, Gilberto Teodozio. “Há anos sonhamos para que esse momento chegasse. Foi muita preparação das equipes, treinamentos, implantações de protocolos e estudos, ficamos felizes porque tudo transcorreu bem, e agora o paciente seguirá aos cuidados intensivos da equipe médica e multiprofissional”, acrescentou.
Leia também: