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Pombos com neurochips são testados na Rússia como alternativa a drones tradicionais

As aves, comuns nos centros urbanos, estão recebendo implantes cerebrais capazes de alterar seus movimentos durante o voo

Por Carlos Rocha Publicado em
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Pombos com neurochips são testados na Rússia como alternativa a drones tradicionais (Foto ilustrativa: Gerada com Ideogram)

Um projeto tecnológico conduzido pela empresa russa Neiry reacende debates éticos ao transformar pombos em possíveis substitutos para drones. As aves, comuns nos centros urbanos, estão recebendo implantes cerebrais capazes de alterar seus movimentos durante o voo.

A iniciativa, divulgada pela agência estatal RIA Novosti, afirma que os animais recebem eletrodos no cérebro conectados a um dispositivo instalado nas costas — uma espécie de “mochila” com painéis solares. A tecnologia permitiria controlar remotamente as aves, guiando-as de forma semelhante aos drones usados atualmente.

Segundo a empresa, os impulsos enviados ao neurochip induzem o pombo a seguir determinadas direções. Os trajetos são acompanhados por GPS, e os estímulos aplicados ao cérebro fariam a ave virar para a esquerda ou direita, sem treinamento prévio. A promessa da Neiry é que cada animal continue levando uma “vida normal” após a cirurgia.

A tecnologia está sendo testada com a possibilidade de uso em vigilância, monitoramento de infraestrutura, operações de resgate, inspeções ambientais e segurança urbana. Por se tratar de aves reais, a empresa sustenta que os biodrones teriam maior autonomia, menor custo e um “disfarce natural” para operar em áreas densamente povoadas.

Além dos pombos, o projeto prevê expansão para outras espécies. Corvos poderiam transportar cargas mais pesadas; gaivotas seriam empregadas em regiões costeiras; e albatrozes cobririam longas distâncias marítimas, de acordo com a Neiry.

Os testes com pombos fazem parte de um conjunto maior de experimentos da startup. A empresa já havia trabalhado com uma interface neural invasiva aplicada ao cérebro de ratos, desenvolvida em parceria com a Universidade Estatal de Moscou. A tecnologia, combinada a sistemas de inteligência artificial, teria como objetivo permitir que os animais “respondessem perguntas”, segundo a imprensa local.

Outro projeto controverso envolve a implementação de neurochips em vacas para tentar elevar a produção de leite. As iniciativas atraíram milhões de rublos em investimentos, muitos provenientes de financiadores internacionais.

Atualmente, o uso dos chamados biodrones está perto de entrar em fase de testes-piloto. A Neiry afirma que o custo das aves modificadas se equipara ao de drones convencionais, porém com alcance e tempo de voo significativamente superiores.

Apesar do entusiasmo da empresa, especialistas apontam que a tecnologia envolve questões éticas e científicas sensíveis, sobretudo no contexto de possíveis aplicações militares ou de vigilância.



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