Terapia não é só para quem está em crise: mitos e verdades sobre o acompanhamento psicológico
Um dos mitos mais comuns é a ideia de que terapia é “coisa de gente fraca” ou que o terapeuta dirá exatamente o que o paciente deve fazer
A procura por atendimento psicológico tem crescido no Brasil, especialmente após a pandemia da COVID-19. No entanto, ainda há dúvidas sobre quem pode ou deve fazer terapia, e muitos deixam de buscar esse tipo de cuidado por conta de estigmas e desinformação.
Diferente do que ainda se acredita, a psicoterapia não é voltada apenas para quem enfrenta transtornos mentais graves. O acompanhamento pode ser útil para qualquer pessoa que deseje compreender melhor seus sentimentos, lidar com conflitos ou desenvolver mais equilíbrio emocional.
O processo terapêutico é conduzido por profissionais habilitados da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, e segue métodos baseados em evidências científicas. A proposta é criar um espaço seguro para refletir, falar sobre experiências pessoais e encontrar formas mais saudáveis de lidar com situações do dia a dia.
Um dos mitos mais comuns é a ideia de que terapia é “coisa de gente fraca” ou que o terapeuta dirá exatamente o que o paciente deve fazer. Na prática, o profissional não oferece conselhos prontos, mas estimula o autoconhecimento e a tomada de decisões com mais clareza e responsabilidade. Outro equívoco é pensar que o apoio de amigos e familiares substitui a escuta profissional — são papéis diferentes.
Na Paraíba, iniciativas como a de um Laboratório de Investigação em Psicologia Clínica, em João Pessoa, oferecem ações voltadas à promoção da saúde mental, incluindo atendimentos psicológicos e atividades educativas. O núcleo oferece serviços presenciais e online, mediante agendamento.
A duração da terapia varia. Em alguns casos, o processo pode durar algumas sessões; em outros, pode se estender por meses ou anos. A frequência e o tempo são definidos de acordo com os objetivos e a abordagem adotada. Também é comum que a terapia seja interrompida e retomada conforme a necessidade da pessoa ao longo da vida.
Nos últimos anos, a terapia online se tornou uma opção popular e viável, especialmente em regiões com menor acesso a serviços de saúde mental. A modalidade à distância continua sendo adotada amplamente por profissionais e pacientes.
Outra discussão importante diz respeito à influência de fatores sociais no sofrimento psíquico. Questões como desigualdade, racismo, violência, gênero e condições econômicas têm impacto direto na saúde mental da população. Por isso, muitos psicólogos vêm adotando abordagens que consideram o contexto social, evitando explicações simplistas ou isoladas para problemas emocionais.



