Gonorreia está ficando mais resistente a antibióticos, alerta a OMS
A divulgação dos dados acontece durante a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência Antimicrobiana
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a gonorreia, uma infecção sexualmente transmissível, está ficando cada vez mais difícil de tratar por causa do aumento da resistência aos principais antibióticos.
O relatório mais recente do programa global de vigilância da doença (EGASP) mostrou que, entre 2022 e 2024:
- A resistência à ceftriaxona subiu de 0,8% para 5%;
- A resistência à cefixima aumentou de 1,7% para 11%;
- A resistência à azitromicina ficou estável em 4%.
Camboja e Vietnã registraram as maiores taxas de resistência.
A divulgação dos dados acontece durante a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência Antimicrobiana, quando a OMS reforça o alerta para infecções que estão ficando mais fortes que os remédios.
Em 2024, 12 países, incluindo o Brasil, enviaram informações ao programa, totalizando 3.615 casos analisados. A maioria dos casos sintomáticos em homens ocorreu na região do Pacífico Ocidental, principalmente nas Filipinas, Vietnã, Camboja e Indonésia.
O perfil dos pacientes também chama atenção:
- idade média de 27 anos;
- 20% eram homens que fazem sexo com homens;
- 42% tiveram múltiplos parceiros nos últimos 30 dias.
A OMS também alertou que o programa ainda enfrenta falta de recursos, poucos dados sobre mulheres e lacunas em informações de infecções fora da região genital.
O relatório destaca que investimentos urgentes são necessários nos sistemas de vigilância, diagnóstico e acesso a novos tratamentos.
Segundo Tereza Kasaeva, diretora do departamento de ISTs da OMS, acompanhar a evolução da resistência é “essencial para proteger a saúde pública no mundo inteiro”.



