Primeiro sinal de demência não é a perda de memória diz especialista
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 47,5 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência no mundo
O neurologista norte-americano Stephen Cabral afirmou que o primeiro sinal de demência e da doença de Alzheimer pode não estar relacionado à perda de memória, como se acredita comumente. Segundo ele, a dificuldade em se localizar e a tendência a se perder com facilidade podem indicar alterações neurológicas precoces.
O especialista, que apresenta o podcast The Cabral Concept, explicou em entrevista ao jornal britânico Mirror que esse sintoma é um dos mais “claros e reveladores” de declínio cognitivo.
“O primeiro sinal de Alzheimer e demência é perder-se mais facilmente. Esse é o sintoma mais claro de que alguém pode, futuramente, desenvolver uma dessas condições cognitivas”, afirmou Cabral.
De acordo com o médico, esquecer nomes, compromissos ou objetos é algo comum em pessoas estressadas ou sobrecarregadas. O que deve gerar atenção é o momento em que o indivíduo se sente desorientado, sem saber onde está ou como chegou a determinado local.
“Isso é diferente de simplesmente não lembrar de algo. É um sinal de perda de referência espacial e pode indicar mudanças cerebrais sutis, típicas das fases iniciais da doença”, destacou.
Outro ponto de alerta, segundo o neurologista, é a perda de coordenação motora e de noção espacial, como a dificuldade para estacionar um carro ou manter o alinhamento ao caminhar. “Se uma pessoa que antes não tinha dificuldade passa a ter problemas em tarefas simples de movimento e orientação, isso deve ser investigado”, completou Cabral.
Sintomas mais comuns
De acordo com o Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, os principais sintomas de demência incluem:
- Perda de memória e dificuldade para aprender novas informações;
- Esquecimento frequente de tarefas e objetos cotidianos;
- Alterações de humor e perda de interesse em atividades habituais;
- Dificuldade para reconhecer pessoas próximas;
- Problemas para controlar emoções e redução da empatia;
- Episódios de alucinação ou criação de falsas memórias.
Nos estágios mais avançados, os pacientes podem perder a autonomia, tendo dificuldade até para se alimentar, vestir-se ou manter a higiene pessoal.
Crescimento global dos casos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 47,5 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência no mundo. A projeção é de que o número chegue a 75,6 milhões em 2030 e ultrapasse 135 milhões em 2050.
Alimentação e prevenção
Especialistas em neurologia destacam que hábitos saudáveis podem ajudar a reduzir o risco de demência. Uma dieta equilibrada, rica em peixes com ômega-3, verduras, frutas vermelhas, grãos integrais e azeite de oliva extra virgem, é apontada como uma das estratégias mais eficazes para proteger o cérebro e preservar a função cognitiva ao longo do tempo.



