Pastor andrógino faz revelações em meio a polêmica envolvendo comentário de ator: "Sessões de cura gay e abuso"
Hoje, aos 35 anos, Freire atua como pastor em um ministério afirmativo, voltado à acolhida da comunidade LGBTQIA+
O pastor Felipe Freire, da Igreja Contemporânea, voltou a chamar atenção nas redes sociais após comentários do influenciador Bernardo Langlott sobre a comunidade LGBTQIA+ em uma de suas publicações. Ele afirmou: "Gays vão para o céu e homofóbicos para o inferno, simples assim". As declarações desencadearam ataques contra os dois, mas também colocou a vida do pastor andrógino em pauta, trazendo à tona o histórico pessoal de Freire, que chegou a envolver sessões de “cura gay” e abuso dentro da igreja.
Em entrevista recente, Freire afirmou que, durante a juventude, participou de encontros em igrejas tradicionais nos quais tentava ser “liberto” da homossexualidade. Segundo ele, nesses momentos, líderes religiosos descreviam a orientação sexual como um espírito maligno que precisaria ser expulso. “Nesses encontros, me pediam para jejuar e submeter meu corpo a provas de ‘libertação’. Alguns rapazes eram expostos em situações constrangedoras para testar minha reação”, relatou.
O pastor também revelou que sofreu abuso sexual por parte de um membro da igreja durante esse período. “Foi uma das maiores crueldades que enfrentei. Passei por sessões que prometiam cura, mas nunca houve qualquer ‘possessão’ ou doença. Sempre fui uma pessoa livre”, disse.
Hoje, aos 35 anos, Freire atua como pastor em um ministério afirmativo, voltado à acolhida da comunidade LGBTQIA+. Ele defende que a fé e a orientação sexual não são incompatíveis e critica a utilização da Bíblia para justificar exclusão. “Deus é amor, ele nos fez assim. Não existe base para dizer que gays vão para o inferno. Pelo contrário, quem pratica homofobia é que se afasta do caminho da fé”, afirmou.
Bernardo Langlott, influenciador, também se manifestou em apoio ao pastor, reforçando a mensagem de inclusão, o que intensificou a polêmica nas redes sociais. Os ataques incluem comentários pejorativos sobre a identidade andrógina de Freire e sua atuação pastoral.
Freire afirma que sua experiência pessoal com cura gay e abuso religioso tornou seu ministério mais sensível às dores de outros. Ele mantém uma rotina de cuidado com a saúde mental e usa sua visibilidade para promover diálogo, empatia e inclusão: “Pastorear é caminhar junto das pessoas, ajudá-las a encontrar paz e integridade. A fé não deve ser instrumento de opressão”.



