TH+ SBT TAMBAÚ
Novabrasil FM
º
Naegleria fowleri

Ameba comedora de cérebros: entenda os riscos e saiba como se proteger

O tema voltou a ganhar destaque após a confirmação do primeiro caso no Brasil, ocorrido em setembro de 2024

Por Carlos Rocha Publicado em
Ameba comedora de cerebros
Ameba comedora de cérebros: entenda os riscos e saiba como se proteger (Foto: Reprodução)

A presença da Naegleria fowleri, conhecida popularmente como ameba comedora de cérebros, tem preocupado especialistas de saúde em várias partes do mundo. O protozoário é responsável pela Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP), uma infecção rara, porém altamente letal, com taxa de mortalidade de 97%.

O tema voltou a ganhar destaque após a confirmação do primeiro caso no Brasil, ocorrido em setembro de 2024. Uma bebê de um ano e três meses, natural de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (CE), morreu após contrair a doença. Exames do Instituto Adolfo Lutz confirmaram a presença da ameba em amostras do encéfalo da criança e na água de cisterna usada pela família.

Casos no mundo

Além do Brasil, outros países também têm registrado ocorrências. Em 2024, três crianças morreram no estado de Kerala, na Índia, após contato com águas contaminadas. No Paquistão, cerca de 20 mortes por ano estão relacionadas à doença, enquanto nos Estados Unidos e na Austrália já houve detecção do protozoário em fontes de água doce.

Estudos apontam que as mudanças climáticas e o aumento das ondas de calor favorecem a proliferação da ameba, ampliando os riscos em regiões tropicais e subtropicais. O CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA identificou que 85% das exposições acontecem no verão, quando a água doce está mais quente.

Sintomas e evolução

Os primeiros sinais da infecção podem ser confundidos com os de uma gripe ou meningite comum, incluindo febre alta, dor de cabeça, vômitos e rigidez na nuca. A evolução, porém, é rápida, levando a convulsões e coma em poucos dias.

Prevenção

Não existe vacina ou tratamento amplamente eficaz contra a MAP, o que torna a prevenção fundamental. Entre as recomendações estão:

  • Evitar nadar em açudes, rios e lagos de água doce durante períodos de calor intenso;
  • Não utilizar água não tratada para higienização nasal;
  • Manter reservatórios e caixas d’água limpos;
  • Em caso de sintomas após contato com águas naturais, procurar atendimento médico imediato.

Especialistas reforçam que, apesar de rara, a doença é considerada uma ameaça crescente devido ao impacto das mudanças climáticas e ao aumento de exposição a ambientes propícios ao protozoário.



Relacionadas

Mais Lidas