Justiça nega pedido de habeas corpus para Oruam
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (6) pela desembargadora Márcia Perrini Bodart
A Justiça fluminense negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, de 25 anos, preso por tentativa de homicídio qualificado contra dois integrantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (6) pela desembargadora Márcia Perrini Bodart, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, e mantém o artista em prisão preventiva, medida solicitada após ele ter sido flagrado, segundo a denúncia, lançando pedras contra policiais civis durante uma operação no bairro do Joá, na zona oeste da capital, no último 21 de julho.
De acordo com as investigações, a ação teria ocorrido para favorecer a fuga de um adolescente que estaria dentro da casa do rapper no momento da abordagem. Os alvos do ataque teriam sido o delegado Moyses Santana Gomes e o oficial Alexandre Alves Ferraz, ambos da Polícia Civil.
Oruam foi preso no dia 31 de julho e, desde segunda-feira (4), está custodiado no Complexo Penitenciário de Bangu, onde divide cela com detentos ligados ao Comando Vermelho.
No pedido apresentado à Justiça, os advogados do artista alegaram que a prisão seria indevida e mencionaram a falta de clareza na condução da operação policial. Para a defesa, "a custódia processual é ilegal e desnecessária", diante do que classificaram como uma “ação nebulosa” por parte das autoridades.
Ao indeferir o habeas corpus, a magistrada citou a gravidade da conduta atribuída ao rapper, destacando trechos do despacho que embasou a decisão inicial de mantê-lo preso.
“A postura audaciosa de Mauro, vulgo Oruam, incluindo desacato e ameaças aos agentes das forças policiais, não se deu somente pelas redes sociais, mas também pessoalmente, conforme vídeo divulgado nas redes, relativo ao dia dos fatos. Trata-se de comportamento extremamente grave, e há risco de que se repita, sendo a prisão necessária à garantia da ordem pública”, escreveu a desembargadora.
Em nota, o advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, que representa Oruam, afirmou que não houve tentativa de homicídio e que a versão dos fatos será apresentada no processo.
“Mauro não atentou contra a vida de ninguém, e isto será devidamente esclarecido nos autos”, declarou o defensor.



