"Suprema humilhação", diz Bolsonaro após decisão de Moraes que impõe medidas cautelares
Ex-presidente se pronunciou na manhã desta sexta-feira (18) após operação da PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como "suprema humilhação" a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou, nesta sexta-feira (18), uma operação da Polícia Federal (PF) com busca e apreensão, além da imposição de medidas cautelares contra ele, no âmbito da investigação sobre uma suposta trama golpista.
Em declaração dada no fim da manhã, Bolsonaro confirmou que a PF localizou aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na casa dele, valor que, segundo o ex-presidente, estaria declarado. Bolsonaro também confirmou as restrições impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno em dias úteis e em tempo integral aos fins de semana e feriados. Ele afirmou que nunca pensou em deixar o Brasil nem procurar embaixadas para obter asilo.
Segundo a Polícia Federal, Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro atuaram nos últimos meses junto a autoridades dos Estados Unidos para tentar obter sanções contra agentes públicos brasileiros, com base em alegações de perseguição política no processo que investiga a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
As investigações apontam que pai e filho atuaram de forma dolosa e ilícita, com a intenção de coagir o STF e submeter o funcionamento da Corte ao julgamento de um Estado estrangeiro. A PF considera que houve obstrução à Justiça e negociações que violam a soberania nacional.
Ao deferir as medidas, Moraes citou indícios de que os envolvidos podem ter cometido crimes como coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal), obstrução de investigação envolvendo organização criminosa (Lei 12.850/13) e abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal).



