Raul Seixas completaria 80 anos neste sábado (28) com legado de mais de 300 músicas
Considerado pai do rock brasileiro, artista misturou ritmos e ideias que atravessam gerações
Neste sábado (28), Raul Seixas completaria 80 anos. Nascido em Salvador e considerado um dos nomes mais influentes da música brasileira, o artista deixou um legado de 17 discos e mais de 300 músicas lançadas ao longo de 26 anos de carreira, em que uniu rock, baião, crítica social, misticismo e filosofia em uma produção que segue atual e cultuada por gerações.
Raul começou a trajetória musical ainda jovem, nos anos 1960, com a banda Os Panteras. Em 1971, integrou o projeto experimental Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, mas só conquistaria o grande público em 1973, com o disco Krig-ha, Bandolo!, lançado pela Philips, onde estão faixas como Mosca na Sopa, Rockixe e As Minas do Rei Salomão. Antes disso, já havia obtido certa repercussão ao participar do Festival Internacional da Canção com Let Me Sing, Let Me Sing, e lançar o compacto de Ouro de Tolo, uma de suas músicas mais emblemáticas.
As letras, a exemplo de Maluco Beleza, Metamorfose Ambulante, Sociedade Alternativa, Gita, Ouro de Tolo e O Dia em que a Terra Parou, uniam crítica política, ironia, questionamentos existenciais e defesa da liberdade individual. Ao lado de Paulo Coelho, seu parceiro mais notório nos anos 1970, explorou temas ligados ao ocultismo e à contracultura, ainda que, segundo o amigo e fã Sylvio Passos, Raul tratasse o ocultismo de forma filosófica e não devocional, mantendo-se fiel ao seu pensamento anarquista e materialista dialético.
Mais tarde, Cláudio Roberto se tornaria o parceiro mais frequente, com quem compôs mais de 50 músicas, sendo 31 gravadas. Raul ainda dividiu composições com Marcelo Motta e, já no fim da vida, lançou o álbum A Panela do Diabo (1989) em parceria com Marcelo Nova. O disco foi o último da carreira.
Raul enfrentou problemas de saúde relacionados ao alcoolismo, como diabetes, hipertensão e pancreatite. Morreu aos 44 anos, em 1989, vítima de uma parada cardíaca, em São Paulo.
Mesmo após a morte, o legado artístico de Raul segue vivo e celebrado. Um dos eventos mais emblemáticos é a Passeata Raulseixista, que ocorre anualmente no dia do nascimento o artista, em frente ao Theatro Municipal de São Paulo. A manifestação reúne fãs de vários estados e é marcada por apresentações musicais e homenagens.



