TH+ SBT TAMBAÚ
Novabrasil FM
º
Não passou

Após derrota na Câmara, Senado também derruba aumento do IOF

Medida revogada previa arrecadação de R$ 20,5 bilhões para cumprir meta fiscal de 2025

Por Redação T5 Publicado em
Senado Federal
Proposta fazia parte de conjunto de medidas do Ministério da Fazenda para reforçar caixa do governo (Foto: Reprodução / Jefferson Rudy / Agência Senado)

O Senado Federal revogou, na noite desta quarta-feira (25), o decreto do governo que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão ocorreu poucas horas após a Câmara dos Deputados também rejeitar a medida, em votação simbólica. Com isso, o decreto perde validade.

A proposta de aumento do IOF fazia parte de um conjunto de medidas do Ministério da Fazenda para reforçar o caixa do governo e evitar novos cortes de despesas sociais ou ampliação de contingenciamentos. No total, o Palácio do Planalto estimava arrecadar R$ 20,5 bilhões com o reajuste das alíquotas. Somado ao bloqueio de R$ 31,3 bilhões já anunciado anteriormente, o decreto era apontado como essencial para atingir a meta fiscal do arcabouço.

A votação no Senado foi conduzida pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que colocou o tema em pauta logo após a decisão da Câmara. Apenas os nove senadores do PT e Weverton Rocha (PDT-MA) votaram contra a revogação.

Entre os pontos principais do decreto derrubado estavam o aumento da taxação sobre apostas eletrônicas (bets) de 12% para 18%, a elevação da alíquota da CSLL das fintechs de 9% para 15%, igualando-as aos bancos tradicionais e o fim da isenção de IR sobre LCIs e LCAs, títulos voltados ao setor imobiliário e ao agronegócio.

O relator do Projeto de Decreto Legislativo (PDL), senador Izalci Lucas (PL-DF), afirmou que a medida feria os princípios da legalidade tributária e da segurança jurídica, e que o IOF não deveria ser usado como ferramenta primária de arrecadação, mas sim de regulação econômica. Ele destacou ainda os impactos negativos sobre micro e pequenas empresas, operações de câmbio e o custo do crédito no país.

O líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA), lamentou o resultado e disse que houve quebra de acordo entre os Poderes. Segundo ele, o decreto havia sido negociado com os presidentes da Câmara e do Senado.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou em rede social que não há concordância da maioria dos deputados com aumento do IOF e que a prioridade deveria ser o corte de despesas primárias, não o aumento da carga tributária.

Com a revogação, o governo Lula deverá buscar alternativas para recompor os R$ 20,5 bilhões previstos e manter a credibilidade do arcabouço fiscal sem comprometer o funcionamento da máquina pública.



Relacionadas

Mais Lidas