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Mãe é acusada de matar filha com câncer devido a "teorias da conspiração"

Desta vez, seus próprios filhos a acusam de ser responsável pela morte da filha mais velha, Paloma Shemirani, que faleceu aos 23 anos após recusar tratamento contra o câncer

Por Carlos Rocha Publicado em
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Mãe é acusada de matar filha com câncer devido a "teorias da conspiração"

A norte-americana Kate Shemirani, de 60 anos, conhecida internacionalmente por seu ativismo antivacina durante a pandemia da Covid-19, voltou a ser alvo de polêmica. Desta vez, seus próprios filhos a acusam de ser responsável pela morte da filha mais velha, Paloma Shemirani, que faleceu aos 23 anos após recusar tratamento contra o câncer.

Gabriel e Sebastian Shemirani, irmãos de Paloma, responsabilizam a mãe por influenciar a jovem a rejeitar a quimioterapia, mesmo após o diagnóstico de câncer em 2024. Paloma faleceu sete meses depois do diagnóstico. Eles afirmam que as crenças radicais e anti-medicina de Kate contribuíram diretamente para a decisão da irmã. “Minha irmã morreu como consequência direta das ações e crenças da minha mãe”, declarou Gabriel à BBC.

Kate Shemirani é ex-enfermeira e foi expulsa do conselho de enfermagem britânico em 2021 por incentivar o público a não usar máscaras e por espalhar desinformação sobre vacinas. Segundo os filhos, as ideias extremistas de Kate se intensificaram em 2012, após ela ser diagnosticada com câncer de mama. Embora tenha feito cirurgia, ela passou a defender terapias alternativas como responsáveis por sua cura. Amigas de Paloma relataram que a jovem também adotou essas crenças.

Durante a apuração da BBC, os irmãos apresentaram mensagens trocadas entre Kate e Paloma, que sugerem que a mãe encorajava a filha a recusar tratamento médico tradicional. Apesar das acusações, Kate não quis comentar o caso. Ela e o ex-marido alegaram, em nota, que Paloma teria morrido “devido a intervenções médicas realizadas sem diagnóstico confirmado ou consentimento legal”.

Os irmãos agora defendem medidas mais rígidas contra a desinformação médica e pretendem usar o caso da irmã para alertar outras famílias. “Não consegui impedir que minha irmã morresse, mas farei tudo o que puder para impedir que outras pessoas morram assim”, afirmou Gabriel.

Especialistas ouvidos pela BBC demonstraram preocupação com o crescimento do discurso anticientífico, especialmente entre influenciadores digitais, e alertaram para os riscos reais à saúde pública causados por esse tipo de conteúdo sem embasamento científico.



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