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Vacina da Pfizer como dose de reforço aumenta em até 25 vezes anticorpos

Estudo realizado pela Unifesp avaliou participantes que haviam recebido duas doses de CoronaVac

Por Renata Nunes Publicado em
Pesquisa foi feita com 48 profissionais de saúde, com idade média de 30 anos
Pesquisa foi feita com 48 profissionais de saúde, com idade média de 30 anos (Foto: Myke Sena/MS)

Um estudo conduzido na Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), mostrou que a dose de reforço da vacina contra a covid-19 da Pfizer pode aumentar, em até 25 vezes, a produção de anticorpos. A pesquisa, publicada no Journal of Infection, foi baseada no ciclo vacinal completo - duas doses - com o imunizante da CoronaVac, produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac.

Segundo os cientistas, foram colhidas amostras de sangue de 48 voluntários em cinco momentos: antes da vacinação; 28 dias após a primeira dose; 14 dias depois da segunda, 75 dias depois da segunda dose e 14 dias após o reforço da terceira. Posteriormente, foram feitos testes clínicos para IgG (que determina a presença e quantidade de anticorpos no organismo), com avaliação de anticorpos neutralizantes, capazes de impedir a infecção, e das respostas celulares.

No grupo imunizado com CoronaVac e reforço de Pfizer, os valores médios de IgG aumentaram de 19,8 BAU/ml (unidades de anticorpos ligantes por mililitro de sangue), após a primeira dose, para 429 BAU/ml com a segunda. Valores iguais ou acima de 35,2 BAU/ml são considerados positivos.

Essa proteção diminuiu significativamente nas dez semanas seguintes, caindo para 115,7 BAU/ml. Após o reforço, no entanto, a concentração de IgG voltou a subir, crescendo 25 vezes e atingindo 2.843 BAU/ml. Em relação aos níveis de anticorpos neutralizantes, houve aumento de 23,5%, no intervalo da segunda dose, para 99,3% depois do reforço.

Já entre os imunizados com a vacina da AstraZeneca e a terceira dose de Pfizer, as respostas medianas de IgG aumentaram de 86,8 BAU/ml para 648,9 BAU/ml durante as duas primeiras aplicações. Depois, caíram para 390,9 BAU/ml. Mas, com a dose de reforço, subiram sete vezes ? para 2.799,2 BAU/ml. Já os níveis de anticorpos neutralizantes cresceram de 63,2% para 98,9%.

"É possível ver que mesmo com a redução da imunidade no período pós segunda dose ainda há uma resposta celular relevante contra os antígenos do coronavírus. No entanto, o interessante é que, após a terceira dose, os dois grupos tiveram aumento significativo tanto da resposta celular como da humoral [de anticorpos]. Isso foi algo que nos impressionou, indicando uma boa resposta nos dois grupos", disse o professor do Departamento de Bioquímica da EPM-Unifesp e autor correspondente do artigo, Alexandre Keiji Tashima, à Agência Fapesp.

Segundo os pesquisadores, alguns voluntários que participaram do estudo foram contaminados pela variante ômicron após o reforço da vacinação. Eles trabalham agora em uma nova etapa de coleta de sangue dessas pessoas para analisar eventuais impactos da variante, que no início de janeiro respondeu por 97% dos casos de covid-19 no Brasil.

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