TV Tambaú
Jovem Pan
Nova Brasil Maceió
º
Dia dos Pais

De pai para filhos, amor pelo futebol ultrapassa gerações no Almeidão

Neste Dia dos Pais, Portal T5 conta a história de uma família que tem o estádio da capital paraibana como a segunda casa.

Por Cristiano Sacramento Publicado em
Sérgio e os filhos Matheus (centro) e Arthur (à direita)
Sérgio e os filhos Matheus (centro) e Arthur (à direita) (Foto: Arquivo Pessoal)

Em João Pessoa, a transmissão da típica paixão pelo futebol perpassa gerações na família de Sérgio Costa. Pai de cinco filhos – três morando longe - o corretor de imóveis reserva-se ao direito de viver a relação mais pura à base do som da torcida que ecoa no Estádio Almeidão. É lá, onde estão boa parte das melhores lembranças de Sérgio com os filhos.

Patrícia, Sérgio Júnior, Cinthia, Arthur e Matheus são aquilo que ele considera como ‘tesouro’. Arthur e Matheus herdaram, para além de ensinamentos e características fundamentais na construção como cidadãos, o interesse pelo futebol e o amor ao Botafogo-PB. Mas, antes mesmo deles nascerem, a paixão foi transmitida por seu João Mathias da Costa – pai de Sérgio. O vigilante do Jornal O Norte faleceu em 2006 deixando saudades.

“Meu pai trabalhava em um dos extintos jornais da cidade e me levou ao estádio pela primeira vez em 1972. Houve um jogo amistoso contra o Treze, de Campina Grande. A cultura aqui [João Pessoa] antigamente era de torcer para um clube de fora e depois olhar para nossas expressões internas. Mas, pra mim, foi paixão à primeira vista. Me apaixonei pelo Belo e até passo essa sensação pra meus filhos”, contou. 

"Os que me acompanham sempre ao estádio, Arthur e Matheus, são torcedores de forma exclusiva do Botafogo da Paraíba", completou.

Arthur Costa [filho] lembra que o pai sempre teve uma vida ao redor do Botafogo-PB. "Ficamos juntos, vivemos juntos os melhores e os piores momentos do clube. Sempre estávamos lá como estamos. Esse é um dos aprendizados mais importantes que meu pai passou. É o de se dedicar, apoiar e se comprometer. É uma lição de amor. Quando lembro do meu pai e do Belo, é essa associação que tenho".

Para Sérgio, a distância de Patrícia, Sérgio Júnior, Cinthia é, de certa forma, amenizada com o recurso da tecnologia. "Estamos sempre em contato. É ruim estar distante, mas a gente sempre faz chamadas de vídeo", disse.

Almeidão: a segunda casa

O corretor de imóveis lembrou que entre os tobogãs de concreto há muita história. O gigante do Cristo, como é conhecido popularmente o principal estádio da cidade, reserva afetividade e vivências.

A relação com o Almeidão tem início na sua inauguração, em 1975. Foi o primeiro jogo que assisti lá. E aí, foram só emoções. Tristezas, alegrias… Mas, tenho dois momentos que marcaram essa relação: em 2013, num jogo contra o Central de Caruaru, que teve uma disputa de pênaltis. E o outro foi na final, no título mais importante do nosso estado: Campeão Brasileiro do ano. Estive com meus dois filhos e isso nos marcou muito", relatou Sérgio.

A partida diante do Central também foi lembrada por Arthur. "É muito difícil de dizer, foram muitos momentos: tem título brasileiro, o jogo do acesso diante do Central de Caruaru. Nessa ocasião, vendo o jogo lá com uma desvantagem no placar. Meu pai disse que sentia que o Belo ia virar, esse era o sentimento dele naquela hora, de muita confiança. Instantes depois, a gente conseguiu empatar e levar pras penalidades. Tava chovendo, estádio lotado, foi muito especial. Ainda tem a campanha da Copa do Nordeste em 2019. Momentos muito marcantes", concluiu.

O sentimento de paternidade

Sérgio declarou que ser pai foi a coisa mais importante que aconteceu na vida. "É uma relação de carinho, amor, responsabilidade e pensamento no futuro. Tudo isso engloba a questão de ser mais e mais alguma coisa. Cabe a nós, homens, a responsabilidade do lar. Mas, não só isso, transmitir valores aos nossos filhos", antecipou.

Acho que a coisa mais difícil pra um pai hoje é chegar em casa e não ter o básico para dar a seu filho. Alimentação, educação e saúde são itens fundamentais. A falta disso é comum em nosso país, ainda. Só tem uma forma de aliviar isso: transmitir amor, carinho, afeto e educá-los – mesmo diante das dificuldades, da melhor forma possível", finaliza.


Relacionadas