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Carlos Rocha

BBB 23 | Cara de Sapato tem crise de ansiedade; especialista explica como lidar

O paraibano passou por uma crise durante a noite e foi acalmado pela paranaense Amanda, sua colega de jogo no confinamento

Por Carlos Rocha Publicado em
Cara de Sapato tem crise de ansiedade no BBB; especialista explica como lidar
Cara de Sapato tem crise de ansiedade no BBB; especialista explica como lidar (Foto: Reprodução/ Globoplay)

O lutador paraibano de MMA, Antônio Cara de Sapato, enfrentou uma crise de ansiedade durante o programa do Big Brother Brasil, onde está confinado. A médica Amanda, sua colega de competição conseguiu acalmá-lo e as imagens repercutiram nas redes sociais. De acordo com especialistas, ter alguém ao lado é fundamental para conseguir acalmar uma pessoa que está em crise de ansiedade.

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A psicóloga Renata Toscano falou que passar por esse tipo de crise é uma reação comum e acontece mais do que a gente imagina. Ela mencionou que a crise se evidencia muito mais pela falta de habilidade em lidar com ela do que pela crise em si.

"Até porque acaba sendo uma falta de habilidade de lidar com o novo, com aquilo que na verdade a gente não tem o controle. Isso tudo gera esse medo, essa ansiedade, e ansiedade é uma sensação saudável, faz bem para o nosso corpo, a gente não pode eximir, tirar ela da nossa vida. Na verdade, essa ela nos ajuda, muitas vezes, em alguns comportamentos e algumas situações. Porém, a falta dessa habilidade de lidar, de conhecer tecnicamente a ansiedade e também a si próprio em determinado momento faz com que a gente perca o controle e acabe sendo dominado por esse sentimento o que pode atrapalhar muito no dia a dia", disse Renata.

Renata explicou que deve-se levar em consideração e sempre ter em mente que a crise tem começo, meio e fim. É uma situação indigesta, porém passageira, e isso deve estar evidente para ajudar a fazer com que a crise passe.

"Primeiramente se você está tendo uma crise de ansiedade, que é algo muito comum, você precisa se acalmar. Você precisa, primeiro, aceitar essa crise. O importante é entender que ela tem um período de tempo, então, ela não vai durar para sempre. Quando a gente tem essa mentalidade, que ela vai começar e ela vai terminar, a gente permite que essas sensações se manifestem e que a gente se acalme, porque, geralmente, ela vem acompanhada com sintomas fisiológicos. O cortisol e a adrenalina faz com que o coração bata mais rápido, a frequência respiratória também, faz com que o sangue da nossa pele se concentre no músculo, então as extremidades ficam frias, a musculatura fica tensa, porque é uma reação fisiológica de luta e fuga, então vai passar. Quando a gente começa a estruturar e acreditar nisso a gente também começa a perceber que isso vai passar, que as coisas vão se acomodando", explicou.

A técnica de respiração também ajuda a passar pela crise de ansiedade de maneira mais tranquila, segundo Renata Toscano.

"Em seguida é importante também respirar de uma forma muito tranquila, fazer uma respiração diafragmática, porque isso também vai ajudar a controlar e a equilibrar nossas taxas metabólicas e, consequentemente, vai fazer com que essa ansiedade diminua. Não é aquele respirar fundo, quando a gente respira fundo a gente vai estar ativando maior essa respiração e as taxas vão sendo produzidas mais rápido, então é você respirar normal, e quando for soltar, o quanto mais longo e lento você conseguir soltar melhor para equilibrar as taxas", disse.

O sentimento de não ter o controle pode ser um desencadeador e potencializador da crise de ansiedade. Ela afirmou que fatores externos, como aos que o BBB paraibano se submeteu foram gatilhos para essa crise. O fato de estar confinado, sem notícias da família, em um jogo de convivência com pessoas desconhecidas.

"Às vezes é difícil porque você está sentindo e você não tem controle, então esse sentimento, de não ter o controle pode desencadear a crise. Será que você está muito focado no problema do dia a dia, no que eu tenho que resolver amanhã, se, no caso dele, está confinado, preso, alienado do que tá acontecendo lá fora, distante da família, isso pode estar sendo um gatilho que está intensificando a crise. Então, uma prova, um problema no trabalho, uma situação para ser resolvida, a gente precisa tentar identificar esses pensamentos e dar respostas adaptativas a esses pensamentos. Estou aqui, não tenho como resolver, então eu preciso me acalmar e tudo vai passar", continuou.

Renata ressaltou que a pessoa que está dando apoio a outra que passa pela crise de ansiedade não deve demonstrar desespero ou preocupação. Isso pode piorar a situação e fazer com que a crise perdure por mais tempo.

"A pessoa que está do lado precisa entender que a crise vai passar e precisa dar essa calma para a pessoa que está tendo a crise, e um fato muito importante é que você não deve demonstrar desespero nem preocupação. Se você está tendo uma crise, seja no trabalho, na academia, em casa, não saia do lugar. Se você está no trabalho, continua no trabalho, vai tomar um café, tenta dar uma pausa, tenta conversar com alguém, distrair, tirar o foco das sensações fisiológicas, porque isso vai passar. Muitas vezes as pessoas têm a crise e a pessoa que está do lado tira a pessoa daquele ambiente, então isso acaba relacionando a crise ao local, como se o ambiente fosse na verdade o gatilho para que a crise acontecesse", finalizou.


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