Censo 2022 aponta aumento de povos e línguas indígenas no Brasil
O país passou a ter 391 etnias, 86 a mais que em 2010, e 295 línguas indígenas, contra 274 registradas há dez anos
O número de povos e línguas indígenas no Brasil cresceu na última década, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (24). O país passou a ter 391 etnias, 86 a mais que em 2010, e 295 línguas indígenas, contra 274 registradas há dez anos.
De acordo com o IBGE, o aumento reflete o fortalecimento da identidade e o reconhecimento étnico entre os povos indígenas. A gerente de Povos e Comunidades Tradicionais do instituto, Marta Antunes, explicou que mais pessoas passaram a declarar sua etnia, resultado de um processo de autoafirmação e reemergência cultural.
Na Paraíba, o Censo identificou 95 etnias indígenas, número que mostra a diversidade dos povos no estado. Nacionalmente, São Paulo lidera o ranking com 271 etnias, seguido por Amazonas (259) e Bahia (233). O único estado com redução foi o Amapá, que passou de 55 para 52 grupos.
As capitais concentram a maior diversidade: São Paulo (194 etnias), Manaus (186) e Rio de Janeiro (176). Fora das capitais, os destaques são Campinas (SP), Santarém (PA) e Iranduba (AM). Segundo o gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, as cidades maiores atraem indígenas em busca de serviços, trabalho e melhores condições de vida.
O levantamento também mostra que o país tem 1.693.535 indígenas, quase o dobro dos 896.917 registrados em 2010. As etnias mais populosas são Tikúna (74.061), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446). Entre os grupos com mais de 10 mil pessoas, a etnia Yanomami/Yanomán tem o maior percentual de habitantes vivendo em Terras Indígenas (94,34%), enquanto a Tupinambá apresenta o menor (1,21%).
