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Trabalho por aplicativos cresce 25% e chega a 1,7 milhão de brasileiros

A maior parte trabalha no transporte de passageiros (58,3%), incluindo motoristas de táxi e de aplicativos

Por Redação T5 Publicado em
Uber celular na mao foto reproducao governo federal
Trabalho por aplicativos cresce 25% e chega a 1,7 milhão de brasileiros (Foto: Arquivo T5)

O trabalho por aplicativos e plataformas digitais continua crescendo no Brasil. No 3º trimestre de 2024, 1,7 milhão de pessoas atuavam nessa modalidade, aumento de 25,4% em relação a 2022, segundo o IBGE. Esse grupo representa 1,9% da população ocupada no setor privado.

A maior parte trabalha no transporte de passageiros (58,3%), incluindo motoristas de táxi e de aplicativos, e 29,3% fazem entregas de comida e produtos. Serviços gerais ou profissionais representam 17,8%, com crescimento de 52,1% em dois anos.

A renda média dos trabalhadores por aplicativos é de R$ 2.996 por mês, acima dos R$ 2.875 de quem não trabalha por plataformas. Mas o rendimento por hora é menor (R$ 15,4 contra R$ 16,8), porque eles trabalham mais horas por semana (44,8h contra 39,3h).

A informalidade é alta: 71,1% não têm registro formal, e apenas 35,9% contribuem para a aposentadoria. A maioria é masculina (83,9%) e tem entre 25 e 39 anos (47,3%). Sobre escolaridade, 59,3% têm ensino médio completo ou superior incompleto.

Entre entregadores, seis em cada dez têm nível médio completo, trabalham 46,4h por semana e recebem em média R$ 2.340. Profissionais que usam plataformas para captar clientes ganham quase o dobro (R$ 4.615) com jornada semelhante.

Entre motoristas de automóveis, 43,8% são plataformizados, com renda média de R$ 2.766, mas trabalham mais horas e têm alta informalidade (83,6%). Entre motociclistas, cerca de um terço atua por aplicativos, recebe R$ 2.119 em média e apenas 21,6% contribuem para a aposentadoria.

Apesar da flexibilidade, trabalhadores dependem das plataformas. Mais de 70% dos entregadores seguem regras de prazo e pagamento do aplicativo, e cerca de 50% têm a rotina afetada por bônus ou promoções. Mais de 30% relatam ameaças de punições ou bloqueios.

O levantamento faz parte do módulo PNAD Contínua, Trabalho por meio de plataformas digitais 2024, desenvolvido pelo IBGE em parceria com a Unicamp e o Ministério Público do Trabalho.



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