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Juros bancários disparam em agosto e crédito rotativo do cartão atinge 451,5% ao ano

Dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito foram divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central

Por Redação T5 Publicado em
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A modalidade permanece entre as com maior custo no mercado de crédito (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

As taxas médias de juros cobradas pelos bancos aumentaram em agosto para pessoas físicas e jurídicas, segundo dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central. No crédito livre para pessoas físicas, a taxa do rotativo do cartão de crédito subiu 5,3 pontos percentuais e chegou a 451,5% ao ano. A modalidade permanece entre as com maior custo no mercado de crédito.

Mesmo com o teto para os juros do rotativo em vigor desde janeiro do ano passado, as taxas continuam altas, sem queda significativa. A regra busca conter o endividamento, mas não altera os juros acordados na contratação. Nos 12 meses até agosto, os juros do rotativo do cartão subiram 24,6 pontos percentuais para as famílias. Esse tipo de crédito é usado quando o consumidor não paga o valor total da fatura e passa a pagar juros sobre o saldo restante, por até 30 dias.

Após 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartão de crédito. Neste caso do cartão parcelado, os juros caíram 2,7 pp no mês e 1,6 pp em 12 meses, indo para 180,7% ao ano.

Já a taxa média de juros do crédito livre para pessoas físicas subiu 0,5 ponto percentual em agosto e acumula alta de 6,6 pontos em 12 meses, atingindo 58,4% ao ano.

No caso das operações com empresas, os juros médios nas novas contratações de crédito livre tiveram incremento de 0,2 pp no mês e 4,2 pp em 12 meses, alcançando 25,2%. Destaca-se, nesse cenário, a alta mensal de 9,6 pp na taxa média de juros das operações de capital de giro com prazo até 365 dias, que chegou a 38% ao ano.

No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado, com regras definidas pelo governo, é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

No caso do crédito direcionado, a taxa para pessoas físicas ficou em 11,1% ao ano em agosto, com redução de 0,2 pp em relação a julho e aumento de 1,1 pp em 12 meses. Para empresas, a taxa teve variação negativa de 0,1 pp no mês e alta de 2,7 pp em 12 meses, indo para 13,6% ao ano.

Com issso, a taxa média de juros para famílias e empresas, considerando todas as modalidades de crédito, subiu 0,2 ponto percentual em agosto e 4,2 pontos em 12 meses, chegando a 31,8% ao ano.

Essa alta acompanha o ciclo de aumento da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, usada pelo Banco Central para controlar a inflação. A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Juros mais altos tornam o crédito mais caro, desestimulam o consumo e ajudam a conter os preços.

O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e taxas médias cobradas dos clientes, também subiu: 0,3 ponto no mês e 2,2 pontos em 12 meses. Esse valor cobre custos, riscos e compõe o lucro das instituições financeiras.



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