Trump diz estar “surpreso e insatisfeito” com condenação de Bolsonaro pelo STF
A decisão também teve ampla repercussão internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (11) que está surpreso e insatisfeito com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por planejar um golpe de Estado para permanecer no poder.
Trump já havia classificado o processo contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e adotou medidas de retaliação contra o Brasil, como aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, sanções ao ministro Alexandre de Moraes e revogação de vistos para a maioria dos ministros do STF.
Por 4 votos a 1, os ministros decidiram condenar Bolsonaro por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Esta é a primeira vez na história do país que um ex-presidente é punido por esse tipo de crime.
Atualmente, Bolsonaro está inelegível desde junho de 2023 e cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
Condenação repercute na imprensa internacional
A decisão também teve ampla repercussão internacional. Jornais como o The New York Times destacaram que a maioria dos ministros votou para condenar Bolsonaro por tentar se manter no poder, enquanto o The Guardian apontou que a Suprema Corte brasileira o considerou culpado por conspiração para um golpe militar.
O Le Monde, da França, destacou o voto decisivo da ministra Cármen Lúcia e relembrou que Bolsonaro é acusado de liderar uma “organização criminosa” para garantir sua “manutenção autoritária no poder” mesmo após a derrota eleitoral em 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.
Já o El País afirmou que o Brasil deu um passo transcendental contra a impunidade, enquanto jornais da Argentina, como Clarín e Página 12, ressaltaram que Bolsonaro pode enfrentar mais de 40 anos de prisão.
Outros condenados no processo
Além de Bolsonaro, também foram condenados Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Mauro Cid e Almir Garnier. O único voto divergente foi do ministro Luiz Fux, que defendeu a absolvição de seis réus e a condenação apenas parcial de dois.



