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Polícia Civil de Minas Gerais

Delegada esposa de empresário suspeito de matar gari é afastada do cargo

O afastamento, autorizado por 60 dias, teve início dois dias após o crime e foi justificado como necessidade de tratamento médico no Hospital da Polícia Civil

Por Carlos Rocha Publicado em
Delegada esposa de empresario suspeito de matar gari e afastada do cargo
Delegada esposa de empresário suspeito de matar gari é afastada do cargo (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou nesta quarta-feira (27) o afastamento da delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, preso em flagrante sob suspeita de homicídio qualificado contra o gari Laudemir de Souza Fernandes.

O afastamento, autorizado por 60 dias, teve início dois dias após o crime e foi justificado como necessidade de tratamento médico no Hospital da Polícia Civil. A corporação, no entanto, não informou qual seria o problema de saúde que motivou a medida, que só agora foi confirmada publicamente.

Além do afastamento, Ana Paula responde a um processo administrativo instaurado pela Corregedoria, já que a arma utilizada no crime era de uso pessoal da delegada. Renê Júnior afirmou em depoimento que pegou o armamento sem o conhecimento da esposa. A Polícia Civil disse que o procedimento disciplinar vai apurar “com rigor e transparência” a eventual responsabilidade da servidora, considerando o vínculo pessoal com o investigado.

Antes do caso, Ana Paula atuava na Casa da Mulher Mineira, unidade policial inaugurada em 2022 voltada para atendimento a vítimas de violência doméstica, e é autora do livro Violência Doméstica e Políticas Públicas de Enfrentamento.

O crime

O inquérito sobre a morte de Laudemir ainda está em andamento, com prazo adicional concedido pela Justiça para conclusão no início da próxima semana.

Segundo a Polícia Civil, Renê Júnior inicialmente confessou o disparo, mas alegou que não acreditava ter atingido alguém. Ele relatou que a confusão começou com outro trabalhador da coleta de lixo e que, após disparar contra os coletores, deixou o local sem saber do resultado.

Testemunhas ouvidas pela investigação, entretanto, afirmaram que o disparo foi intencional. O empresário declarou que estava ansioso e não havia tomado sua medicação habitual, sem detalhar qual seria.

Defesa e repercussão

A defesa de Renê Júnior afirmou que ele está arrependido e espera que a confissão contribua para a redução da pena.

A morte do gari gerou grande repercussão na região e aumentou a pressão sobre a Polícia Civil para esclarecer todos os detalhes do crime. O caso envolve não apenas a investigação criminal contra o empresário, mas também apurações administrativas sobre a conduta da delegada.

Com o inquérito em fase final, a expectativa é que o Ministério Público se manifeste em breve sobre a denúncia e os próximos passos do processo.



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