Preço do café cai pela primeira vez em 18 meses, mas ainda pesa na inflação
Apesar desse alívio pontual, o produto ainda acumula alta de 70,51% em 12 meses e é o segundo item que mais pesa na inflação oficial do país
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (12) que, pela primeira vez em 18 meses, o preço do café moído apresentou queda, recuando 1,01% no mês de julho. Apesar desse alívio pontual, o produto ainda acumula alta de 70,51% em 12 meses e é o segundo item que mais pesa na inflação oficial do país.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou inflação de 0,26% em julho. No acumulado do ano, o café subiu 41,46% e, no período de 12 meses, sua alta foi responsável por 0,30 ponto percentual da inflação, ficando atrás apenas das carnes, que subiram 23,34% e contribuíram com 0,54 ponto percentual.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, a queda no preço do café em julho está relacionada à safra do grão e não aos recentes aumentos tarifários impostos pelos Estados Unidos. “Os números são de julho, e a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café, só entrou em vigor em 6 de agosto”, explicou.
A maior oferta decorrente do início da colheita levou à disponibilidade de mais café no mercado, reduzindo a pressão sobre os preços. Esse cenário deve se intensificar caso os produtores brasileiros não consigam substituir as vendas ao mercado americano, que pode diminuir devido às tarifas elevadas.
A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) destaca que a forte alta dos últimos 18 meses foi motivada por eventos climáticos que prejudicaram a safra, além do aumento da demanda global, especialmente pela China, que tem elevado seu consumo da bebida.
Apesar da queda pontual, o café continua sendo um dos principais fatores de alta no IPCA, mostrando a sensibilidade do mercado às condições de produção e ao comércio internacional.



