Após 2h de impasse, Câmara retoma sessão com plenário desocupado
A ocupação começou na terça-feira (5), em protesto contra a medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou prisão domiciliar para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Após mais de duas horas de impasse, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu nesta quarta-feira (6) abrir a sessão legislativa, que havia sido bloqueada por um grupo de deputados da oposição. A ocupação começou na terça-feira (5), em protesto contra a medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou prisão domiciliar para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde o início da mobilização, os parlamentares favoráveis a Bolsonaro se posicionaram nas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, impedindo o andamento das sessões. A ocupação é uma resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que incluiu Bolsonaro como réu por tentativa de golpe de Estado, crime cuja pena pode chegar a 44 anos de prisão.
Para viabilizar o funcionamento da Casa, a presidência ordenou o fechamento dos acessos ao plenário, enquanto a Polícia Legislativa reforçou a segurança nas entradas. Nos bastidores, Motta iniciou articulações com líderes partidários para tentar encerrar o protesto sem necessidade de intervenção direta da polícia.
Durante o dia, o presidente da Câmara chegou a ameaçar suspensões temporárias de mandato para quem persistisse em impedir os trabalhos legislativos. “Se houver insistência, a retirada poderá ocorrer com apoio da Polícia Legislativa”, declarou.
A resposta veio da deputada Júlia Zanatta (PL-SC), uma das líderes da ocupação. "A polícia legislativa não vai fazer isso com a gente", disse. Em uma rede social, Zanatta compartilhou uma foto em que aparece sentada na cadeira da presidência da Câmara. Na legenda, escreveu: “Ahhhh quantas coisas poderíamos fazer se o titular dessa cadeira tivesse coragem”. A parlamentar levou sua filha bebê para o protesto no plenário. A deputada Carol de Toni (PL-SC) também participou da mobilização, acompanhada de sua filha.
O impasse foi superado já no início da noite, após conversas reservadas entre Motta e representantes da oposição. A sessão só foi iniciada depois que os deputados desocuparam a área central do plenário, permitindo que o presidente reassumisse a condução dos trabalhos.



