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Casos de assédio sexual no trabalho quadruplicam em cinco anos, aponta pesquisa

Levantamento analisou mais de mil empresas em 15 países, incluindo o Brasil

Por Redação T5 Publicado em
Assedio sexual trabalho foto governo federal
Casos de assédio sexual no trabalho quadruplicam e revelam tendência global preocupante (Foto: Divulgação / Governo Federal)

Os casos de assédio sexual no ambiente de trabalho cresceram 387,6% nos últimos cinco anos, segundo a 10ª edição da Pesquisa Nacional de Canais de Denúncias. O levantamento, que analisou dados de mais de mil empresas em 15 países, incluindo o Brasil, revela um cenário preocupante para a segurança no ambiente corporativo.

Apenas em 2024, foram registradas 235.677 denúncias de diferentes tipos de conflitos no trabalho, sendo 2,8% relacionadas ao assédio sexual. Apesar de representar uma parcela menor das denúncias gerais, o crescimento expressivo do número de casos acende um alerta para empresas e profissionais da área jurídica.

O silêncio ainda predomina

Mesmo com o aumento das denúncias, o medo, a vergonha e a culpa ainda fazem com que a maioria das vítimas não denuncie os casos de assédio sexual. De acordo com especialistas, mais da metade das mulheres que trabalham já passaram por situações de assédio no ambiente profissional, mas 80% delas preferem não relatar o caso.

A advogada especializada no tema explica que a dificuldade em comprovar o assédio também contribui para essa subnotificação. “Muitas vezes, você só tem a palavra da vítima, e isso torna o processo ainda mais desafiador”, afirma.

Líderes e gestores são os mais denunciados

A pesquisa também revela que os gestores e líderes são os mais denunciados por assédio. Em 2023, 64,4% dos casos envolviam superiores hierárquicos. Em 2024, esse número caiu para 59,8%, mas a categoria continua sendo a mais citada nos relatos.

Já os casos envolvendo colegas de outras áreas se mantiveram estáveis, com uma leve oscilação ao longo dos últimos anos. Essa estabilidade pode estar relacionada à menor frequência de interações diretas entre funcionários de setores diferentes.

Mulheres lideram as denúncias

Desde 2019, as mulheres passaram a representar a maioria nos registros de assédio nos canais de denúncias das empresas privadas. Em 2023, 51% das denúncias foram feitas por mulheres, e em 2024, esse número aumentou para 53,2%.

Essa predominância feminina no uso dessas ferramentas reflete um aumento da confiança das vítimas em denunciar, além da preocupação crescente das empresas em estabelecer canais de comunicação mais acessíveis e seguros.

O levantamento também destaca que 68% das denúncias feitas em 2024 foram qualificadas para apuração, e o tempo médio para a investigação dos casos foi de 44 dias. A pesquisa sugere que, apesar do aumento dos registros, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a punição efetiva dos assediadores e a segurança no ambiente corporativo.



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