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Coluna- Josival Pereira

O quadro que se desenha e as vantagens e desvantagens dos pré-candidatos a governador

Se encaminha claramente a solução de três candidaturas principais ao governo do Estado em 2026

Por Josival Pereira Publicado em
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O quadro que se desenha e as vantagens e desvantagens dos pré-candidatos a governador

Os movimentos políticos e partidários nos últimos meses na Paraíba, com ênfase nos acontecimentos das ultimas semanas, encaminham claramente a solução de três candidaturas principais ao governo do Estado em 2026.

Não há, praticamente, mais nenhuma duvida de que o governador João Azevedo deverá se afastar do cargo para ser candidato a senador e, assim, o vice-governador Lucas Ribeiro vai ascender ao governo, condição que desautoriza qualquer dúvida de que ele não seja candidato. O prefeito Cícero Lucena, por seu lado, parece ter selado aliança com o grupo Cunha Lima e, com isso, consolida seu projeto de candidatura, e o senador Efraim Filho, com apoio garantido da direita bolsonarista, não tem nenhuma razão para não disputar a eleição no meio mandato de senador quando não arrisca o mandato e o único risco que corre é a possibilidade de êxito nas urnas.

Somente acontecimentos extraordinários podem mexer nesse quando de candidaturas a governador. O movimento agora é de acomodação das mais variadas forças políticas em algum dos três esquemas políticos principais, através do jogo de rompimentos e cooptação de adesões.

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, apresenta liderança nas pesquisas iniciais de pré-campanha. Há razões para a liderança. Cícero é o mais antigo em atividade entre os pré-candidatos, é prefeito do maior colégio eleitoral do Estado e vem de recente campanha eleitoral vitoriosa, fatores que garantem boa lembrança na cabeça do eleitor. Os outros dois candidatos dispõem de bons elementos facilitadores de comunicação, mas existem deficiências que somente a campanha talvez resolva.

Apesar desse quadro, não existem ainda elementos consolidados capazes de indicar tendências eleitorais. Cada força em disputa constrói ou arma fatores que podem ser decisivos na eleição.

O vice-governador Lucas Ribeiro, por exemplo, disputará a eleição na condição de governador, podendo usar a força do poder, o que é comum na Paraíba, para facilitar a atração de apoios e votos. A força da aprovação do governador João Azevedo e a defesa de um projeto de continuidade administrativa podem ajudar muito. Mas o fator mais importante na campanha de Lucas deve ser mesmo o apoio dos prefeitos do interior. Vale lembrar que, nas duas últimas eleições, a vitória do governador João Azevedo foi garantida com os votos do interior. Na última eleição, em 2022, João perdeu na Capital, em todos os municípios da região metropolitana e em Campina Grande, e, ainda assim, venceu a disputa com certa folga (116.914 votos de maioria).

Podem pesar contra Lucas a juventude e a falta de experiência política decorrente dela.

O prefeito Cícero Lucena, ao contrário, carrega o benefício da experiência política (disputou 5 eleições para prefeito em João Pessoa, com uma derrota; 1 de senador e 1 de vice-governador). Todavia, a vantagem mais importante de Cícero é a liderança exercida em João Pessoa. A disputa pode ser definida em seu favor dependendo da maioria na Capital e em Campina Grande, talvez o fator necessário para contrapor a força do interior.

Em desvantagem Cícero carrega o fato de ser o político mais antigo em atividade e de estar reeditando também uma velha aliança com o grupo Cunha Lima, elementos que podem ofuscar ideias de renovação em sua campanha.

Na disputa que se desenha, não se pode menosprezar a candidatura do senador Efraim Filho. Primeiro, porque ele já revelou capacidade de surpreender em estratégia e coragem de luta na eleição vitoriosa para senador em 2022. Depois, porque fez a escolha de colocar sua candidatura no campo da direita bolsonarista, cujos adeptos costumam pregar o voto em seus candidatos. Dependendo de como a família Bolsonaro vai participar das eleições para presidente, Efraim pode acabar passando ao segundo turno como o ministro Marcelo Queiroga passou nas eleições pará perfeito em João Pessoa.

Esse fator - a disputa pelo voto ideológico- que, em princípio, é positiva, pode ser um ponto negativo de Efraim, estreitando a base de votos. Outro fator que pode prejudicar Efraim é claramente a perspectiva de que ele não contará com apoios de grupos de maior peso eleitoral no Estado, formando, provavelmente, a menor aliança política das eleições para governador.

Registre-se, porém, em homenagem ao bom senso, que essa é uma avaliação preliminar com conjecturas para a disputa do primeiro turno das eleições que vão se realizar daqui a um ano. Muita coisa pode mudar e nada indica que a disputa será encerrada na primeira etapa. Conjecturar para um possível segundo seria, pois, puro exercício de adivinhação.


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Josival Pereira

JOSIVAL PEREIRA, natural de Cajazeiras (PB), é jornalista, advogado e editor-responsável por seu blog pessoal.

Em sua jornada profissional, com mais de 40 anos de experiência na comunicação, atuou em várias emissoras Paraibanas, como diretor, apresentador, radialista e comentarista político.

Para além da imprensa, é membro da Academia Cajazeirense de Letras e Artes (Acal), e foi também Secretário de Comunicação de João Pessoa (2016/2020), Chefe de Gabinete e Secretário de Planejamento da Prefeitura de Cajazeiras (1993/1996).

Hoje, retorna à Rede Tambaú de Comunicação, com análises pontuais sobre o dia a dia da política nacional e paraibana.