Efraim aposta suas fichas no apoio do grupo Cunha Lima e já ganha terreno
Não existe nada definido, mas as últimas movimentações políticas dão pistas de que a senador Efraim Filho (União) deve ganhar o apoio do grupo Cunha Lima. Se não de todo o grupo, de grande parte; da maioria, porém. E, neste momento, Efraim aposta todas suas fichas na atração do grupo Cunha Lima para seu projeto político.
O prefeito Bruno Cunha Lima, por exemplo, deve ficar com Efraim. Um aporte de R$ 10 milhões de emendas parlamentares para a saúde de Campina Grande, garantido pelo senador na semana passada, parece ter peso para consolidar a aliança do prefeito Bruno com Efraim.
Além disso, lembre-se que Bruno é filiado ao União Brasil a partir de movimentos de Efraim, articulação que ajudou a consolidar a reeleição do prefeito em 2024.
Pode-se alegar que o senador Veneziano Vital do Rego viabilizou, no governo Lula, a liberação até de mais recursos para a gestão de Campina Grande do que Efraim, mas os fatos ao redor das articulações permitem a leitura de que o compromisso do prefeito Bruno e do grupo Cunha Lima, neste caso, é com a reeleição do senador do MDB.
O próprio Veneziano disse acreditar, em entrevistas nesta quinta-feira, no apoio dos Cunha Lima à disputa para o Senado, mesmo em caso de não haver candidatura única da oposição a governador. Declaração essa que deixa subentendido que Cunha Lima pode ter um candidato a governador diferente do seu, que deverá ser o prefeito Cicero Lucena (João Pessoa).
Nas entrevistas que concedeu nos últimos dias, o senador Efraim Morais esparramou a convicção que manterá a aliança que sua família mantém com os Cunha Lima desde 2002. Falou de afinidades e, em relação ao ex-deputado Pedro Cunha Lima, ressaltou que uma parceria política entre os dois aponta para futuro. Aqui também há linguagem subentendida. Lembra que uma possível aliança de Pedro com Cícero remeteria ao passado das chapas Ronaldo e Cícero (1990) e Cássio e Lauremília Lucena (2002).
Contudo, apesar de todas essas movimentações, um dos principais interessados no processo, o ex-deputado Pedro Cunha Lima, cogitado para ser candidato a vice-governador nas duas chapas, não parece animado com a perspectiva. Pedro, na verdade, coloca é seu nome como opção de candidatura a governador. Não é pra menos. Afinal, mesmo sem estar se esborrachando em visitas pelo interior todos os finais de semana e sem frequentar a resenha política diária, Pedro sempre aparece bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Conta com estofo para entrar na disputa.
Seja como for, o que essa movimentação toda revela é a importância do grupo Cunha, neste momento da pre-campanha, para a consolidação das chamadas candidaturas da oposição. Uma das duas vai sair enfraquecida dessa disputa, podendo até comprometer a eleição.
