Caminhos políticos de Efraim e Pedro na Paraíba podem se bifurcar
Nuances observadas no discurso do senador Efraim Morais Filho (União Progressista) em entrevistas na segunda-feira revelaram uma rápida mudança de postura em relação ao ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSD).
Qual é a nuança principal? Efraim especulou a composição da chapa da oposição com Pedro como candidato a vice-governador. Chegou a proferir um “se ele quiser”.
O tom soou diferente do que ambos falavam até bem pouco tempo. Efraim cantava que desejava ser candidato a governador, mas não via problema em o candidato ser Pedro, e este, em contrapartida, manifestava a intenção de ser candidato a governador, mas admitia ser candidato a senador.
Depois da entrevista de Efraim, o deputado Pedro Cunha foi a público nesta terça-feira e deixou bem estabelecido que não aceita ser candidato a vice-governador e que mantém a intenção ser candidato a governador. Fez discurso inverso ao de Efraim.
Para os menos avisados não existem muitas diferenças entre o dito antes o proferido agora. Mas não é assim. Existem mudanças de postura que podem ser indício de relevante mudança política.
A abordagem de dois fatos concretos talvez ajude a explicar a possibilidade de bifurcação do caminho político aparentemente único que vinha sendo trilhado pela oposição na Paraíba.
Observe-se que Efraim rebaixa Pedro à condição de possível candidato a vice-governador. Por que não candidato a senador como era ventilado alguns meses atrás? Porque Efraim - e ele próprio confirmou numa entrevista anterior- está desenvolvendo articulações com o PL para uma composição para 2026 e o foco dos bolsonaristas é a eleição para o Senado.
Do outro lado, por que Pedro Cunha Lima afirma tão categórico que não é candidato a vice-governador e que pretende ser candidato a governador? Bom lembrar, neste item, que os Cunha Lima ganharam
o comando do PSD na Paraíba assumindo o compromisso com o presidente Gilberto Kassab que o partido exerceria protagonismo na campanha de 2026 no Estado.
Aceitando apenas a vice e sem estruturação para disputar vagas de deputado federal, o PSD corre o risco de sair da eleição sem mandatos. A promessa deixaria de ser cumprida e o resultado não seria bom para Pedro.
Os movimentos parecem apenas insipientes, porém, na forma latente,
apresenta potência para se tornar em fato marcante na pré-campanha política na Paraíba. Efraim Filho e Pedro Cunha Lima, pelo visto, já não comungam a mesma estratégia para 2026.



