Definição de chapa agora é mero exercício de advinhação
Apesar da aparente efervescência e de muitos boatos sobre formação de chapas para a disputa das eleições de 2026, não existe nada definido. Nada de concreto nas articulações nos três principais esquemas políticos mais delineados no Estado - aliança ligada ao governo, oposição tradicional e oposição bolsonarista.
Na oposição tradicional (PSDB/Podemos/MDB/ União Brasil), toda estratégia no momento parece ser a aposta em possível rompimento de lideranças ligadas ao governador (Cicero Lucena ou Adriano Galdino), o que torna a possibilidade de definições de candidaturas um tanto distante.
Há um prazo estabelecido pelo senador Efraim Morais, que é dezembro. Assim, dificilmente, acontecerá algo de mais concreto até lá.
Na oposição bolsonarista, com o lançamento da candidatura do deputado Cabo Gilberto a senador, a chapa para 2016 parece ou parecia encaminhada. Existe um um pré-candidato a governador, o ex-ministro Marcelo Queiroga, e dois candidatos ao Senado,
pastor Sérgio e o deputado Cabo Gilberto. Faltaria pouco, então. O estranho, porém, é que, numa entrevista nos últimos dias, o pastor Sérgio cobrou uma definição urgente, dando a entender que ainda existem problemas a serem resolvidos.
Que problemas? Não será estranho se o pastor tiver se incomodado com lançamento da candidatura do deputado Cabo Gilberto ao Senado. O cabo é muito mais ligado ao ex-presidente Bolsonaro e pode virar a opção primeira do bolsonarismo, deixando o pastor como segunda opção, o que pode tornar sua pretensão de virar senador bastante remota. Outra informação seria sobre a possibilidade de o ex-ministro Marcelo Queiroga ser candidato a deputado federal. A suposta pretensão desarranjaria a chapa inicialmente concebida.
Do lado da aliança governista, a mais contemplada com boatos sobre definições de chapas, os desmentidos saem série. O governador João Azevedo desmentiu categoricamente, o prefeito Nabor Wanderley negou enfaticamente e o deputado Adriano Gadino, que, segundo as especulações teria participado de reuniões decisórias em Campina Grande, se movimenta como se nada tivesse acontecido. Adriano continua reivindicando a candidatura a governador, e prefeito Cícero Lucena também mantém sua postulação de candidatura ao governo Estado.
Insistentemente, o deputado Adriano Galdino tem cobrado definições e o entorno do prefeito Cícero Lucena parece apreensivo com cada vez mais manifestações de apoio e aceitação da tese de naturalidade de candidatura de Lucas Ribeiro, mas não se percebe sinais de senso de urgência em quem tem mais peso para decidir, que são o deputado Hugo Motta, o governador João Azevedo e o deputado Aguinaldo Ribeiro, que responde pela família Ribeiro.
Existem muitos fatores que empurram as decisões lá para a frente. A antecipação das definições precipita a campanha, pode prejudicar o governo, pode cansar a imagem dos candidatos, oferece condições para armar os adversários e atrapalha o processo de acomodação interna.
Pode-se até avançar nas conversações e disposição deste ou daquele nome como possível candidato, como foi o caso de apresentar o nome do prefeito Nabor Wanderley como possível candidato a senador, mas, como sempre se registra na política paraibana, o mais provável é que as chapas só sejam formadas efetivamente em 2026. O resto será mero exercício de adivinhação.
