Definição partidária: Ruy deve ficar no Podemos para tentar "colar" em Romero; leia análise
Josival Pereira analisa motivo da permanência de Ruy Carneiro manter-se filiado ao Podemos
O deputado federal Ruy Carneiro revelou, na manhã desta quinta-feira, que a tendência agora é que ele permaneça filiado ao Podemos, partido ao qual se fundiu o PSC, legenda pela qual o parlamentar se reelegeu no ano passado. A revelação ocorreu em entrevista ao Jornal da Manhã, programa da Jovem Pan/João Pessoa, apresentado pelos jornalistas Daniel Lustosa e Rejane Negreiros.
Antes, em inúmeras ocasiões, Ruy declarava que a tendência era voltar ao PSDB, seu partido de origem e pelo qual fez carreira na política, seguindo a orientação da família Cunha Lima.
Por que Ruy Carneiro mudou de tendência e deve manter-se filiado ao Podemos?
A mudança teria a ver com os problemas de relacionamento político do colega Romero Rodrigues com o prefeito Bruno Cunha e seu grupo político em Campina Grande.
Romero e Ruy se elegeram para a Câmara dos Deputados nas eleições de 2022 pelo PSC. A chapa foi discutida com o PSDB, liderado já à época pelo deputado Pedro Cunha Lima, que foi candidato a governador. Todos os candidatos a deputado federal foram encaminhados pelo PSC, que tinha a candidatura de Leonardo Gadelha. Avaliava-se ser possível a eleição de três parlamentares. Conseguiram dois. Os candidatos a deputado estadual disputaram pelo PSDB. As duas legendas se coligaram na chapa majoritária. Haveria, assim, um casamento em vigor.
E o que tem a ver Ruy Carneiro com os problemas de relacionamento de Romero com seus aliados políticos em Campina Grande?
No estilo sincerão, Ruy admitiu, na entrevista, ao contrário do que seus próprios aliados dizem em Campina Grande, que é ruim o relacionamento entre Romero e Bruno. Não falou em rompimento de forma direta, mas deixou entrever que é esse o clima reinante.
Diante do quadro, a avaliação, ao que parece, alinhada com o presidente estadual do PSDB, Pedro Cunha Lima, e deputados estaduais do partido, é a de que, permanecendo no Podemos, Ruy possa “colar” em Romero para tentar segurá-lo alinhado à oposição na Paraíba. Há o temor que, sozinho no Podemos e bem próximo do Republicanos, o ex-prefeito campinense acabe, rapidamente, na base política do governador João Azevedo.
Se na oposição, ainda haveria possibilidade de tentar reconciliar Romero com a família Cunha Lima, mantendo apoio à reeleição do prefeito Bruno Cunha Lima. Com Romero na base de João, não haveria mais qualquer esperança de reconciliação.
Sendo este o plano, a esperança aí parece um fio bastante tênue. Mas, pelo visto, ainda há esperança, toda depositada no Podemos.
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