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Coluna - Josival Pereira

Quem vai ganhar as eleições na Paraíba?

Um dos elementos mais utilizados para projeções de resultados eleitorais nos últimos anos na Paraíba é o fator geopolítico

Por Josival Pereira Publicado em
Segundo turno das eleições acontece neste domingo (30)
Segundo turno das eleições acontece neste domingo (30) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A antecipação do resultado de uma disputa eleitoral é sempre ansiada por um grande número de pessoas, incluindo até os candidatos e assessores.

Na Paraíba, as pesquisas de intenção de votos no segundo turno da campanha apontam vantagem para o governador João Azevedo (PSB). Contudo, um estreitamento da diferença no último levantamento, o do Ipec, divulgado neste sábado pelo sistema Paraíba de Comunicação, apontando empate técnico no limite da margem de erro, plantou esperança na campanha do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB).

O problema é que as pesquisas, divulgadas pelos meios de comunicação ou contratadas pelos partidos políticos, já não dão tanta certeza e marcha-se para as urnas na cadência latente de incertezas. No vazio de dados mais precisos, o eleitor termina buscando em fatos históricos ou ocorrências da campanha sinais que possam apontar os rumos da disputa eleitoral.

Um dos elementos mais utilizados para projeções de resultados eleitorais nos últimos anos na Paraíba é o fator geopolítico, ou seja, a expressão das urnas pelas diversas regiões do Estado, especialmente Campina Grande, devido a participação da família Cunha Lima na disputa.

Registre-se que, em três eleições nos últimos 30 anos, o grupo Cunha Lima venceu diretamente as eleições para governador, com Ronaldo e Cássio Cunha Lima, tendo a votação em Campina Grande como fator decisivo. Mas deve-se registrar também uma derrota na eleição para governador em 2014 e uma para senador em 2018.

Uma pergunta que se faz com insistência é se Campina Grande continua decisiva em campanhas eleitorais para governador (?), questão que, dependendo da resposta, poderá implicar num prognóstico sobre as eleições deste domingo.

Avalia-se, com certa razão, que a entrada de Ricardo Coutinho no tabuleiro da disputa do poder estadual em 2010, se elegendo governador, teria alterado a correlação da geopolítica eleitoral no Estado, despertando a força de João Pessoa, que se expressava eleitoralmente quase sempre de forma dividida, diversa. Ricardo chegou ao poder em aliança com o grupo Cunha Lima, mas depois rompeu e o derrotou com votação maciça na Capital.

O grande Sertão era decisivo para Wilson Braga na década de 1980 e conferiu força ao ex-governador José Maranhão, mas sem lhe garantir a ascensão ao poder através das urnas. Por isso acabou perdendo várias eleições. Maranhão só venceu em 1998, sem o grupo Cunha Lima na disputa.

Anote-se, porém, que no pleito de 2018, o Sertão foi decisivo para a eleição do governador João Azevedo, associado a estratégias para reduzir diferenças em Campina Grande e João Pessoa. João venceu em João Pessoa e perdeu em Campina Grande, mas com diferenças que se anularam. O Sertão, no entanto, deu uma maioria de mais de 300 mil votos a João, o que resultou em sua vitória no primeiro turno.

Existem duas situações agora que não precisam de pesquisas para mensuração. O candidato Pedro Cunha Lima deverá vencer com folgada maioria em Campina Grande e o governador João Azevedo no Sertão. A incógnita ficará por conta da maioria a ser obtida pelo governador no interior e o resultado de João Pessoa. Se o governador conseguir uma maioria no interior próxima a de 2018, bate a parada. Se não, o resultado da disputa vai depender de João Pessoa, com chances para Pedro, se obtiver uma maioria folgada, ou para João, se ele tiver conseguido equilibrar a disputa na Capital.


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Josival Pereira

JOSIVAL PEREIRA, natural de Cajazeiras (PB), é jornalista, advogado e editor-responsável por seu blog pessoal.

Em sua jornada profissional, com mais de 40 anos de experiência na comunicação, atuou em várias emissoras Paraibanas, como diretor, apresentador, radialista e comentarista político.

Para além da imprensa, é membro da Academia Cajazeirense de Letras e Artes (Acal), e foi também Secretário de Comunicação de João Pessoa (2016/2020), Chefe de Gabinete e Secretário de Planejamento da Prefeitura de Cajazeiras (1993/1996).

Hoje, retorna à Rede Tambaú de Comunicação, com análises pontuais sobre o dia a dia da política nacional e paraibana.