Sempre que relações sobre alianças começam a ser questionadas pela imprensa, os políticos envolvidos se apressam logo em apontar os fatos como simples especulação ou fogo lançado pela oposição. Não está sendo diferente com a constante abordagem sobre a relação entre o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), e o deputado federal e ex-prefeito Romero Rodrigues (Podemos).

Não é interessante para nenhum dos dois que o possível rompimento seja tão exposto antes de concretizado, mas as evidências de que a relação política da dupla já não é mais a mesma é notória. Tanto é assim que políticos aliados dessas importantes lideranças de Campina Grande começaram a admitir o descompasso publicamente.

É o caso do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos). Colega de partido de Romero Rodrigues e aliado de primeira hora dos Cunha Lima, Ruy falou claramente, em entrevista nessa quinta-feira (13), na Jovem Pan João Pessoa, sobre o assunto.

"Logicamente que, como grupo, eu gostaria que houvesse harmonia em Campina Grande, mas isso é uma situação que foge ao meu controle. De maneira clara, a harmonia que existe em João Pessoa entre Ruy e Pedro Cunha Lima não está existindo no momento entre Bruno e Romero. Não adianta a gente esconder isso", revelou Ruy.

Muitos são os fatores apontados para o estranhamento entre os dois. Entre eles está a aliança entre Bruno e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), com o atual prefeito admitindo que o senador terá indicações na equipe da gestão municipal. Ao trazer um adversário histórico de Romero para seu lado, Bruno causa, inevitavelmente, um desconforto em Romero. Nos bastidores, o grupo político que faz oposição ao governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), trabalha para evitar o rompimento.

• "A gente faz um trabalho interno para tentar resolver essa problema. Como eu milito mais em João Pessoa, tento ficar um pouco distante, longe de problema", afirmou ainda o deputado federal Ruy Carneiro.

Depois dessa, tanto para Bruno quanto para Romero é melhor mudar o discurso. O de que o assunto é coisa de especulação ou de interferências externas já não cola mais.